Favorito nas eleições argentinas que ocorrem no próximo domingo, candidato tem opiniões e posicionamentos considerados radicais

Por Luiz Nascimento

Javier Milei em encontro com apoiadores.      

(Foto: Reprodução/ Instagram @javiermilei)

Cotado como favorito na corrida presidencial argentina, Javier Milei é uma figura que ganhou popularidade muito rapidamente, especialmente neste período de eleições. Tudo isso por conta de suas opiniões e posicionamentos que são considerados muito radicais, e que apelam para uma população que sofre com uma crise econômica há muitos anos.

Nascido em Buenos Aires, no dia 22 de outubro de 1970, Milei decidiu logo cedo que iria estudar economia, aos 12 anos, justamente por sua insatisfação com a situação econômica da Argentina na época. Logo se formou em economia pela Universidade de Belgrano, fazendo dois mestrados no Instituto de Desarrollo Económico e Social, e na Universidade Torcuato di Tella.

Após isso, trabalhou em diversas empresas, em todas atuando como economista, até voltar a universidade, dessa vez como professor, coisa que fez por 21 anos em diversas instituições da Argentina e do exterior.

Além de tudo isso, atualmente faz parte de um grupo de política econômica que é consultor do G20, além do Fórum Econômico Mundial. É anfitrião de um programa de rádio chamado Demoliendo mitos, onde discute a situação econômica da argentina de um ponto de vista liberal, o que fez com que ganhasse popularidade no país, sendo chamado frequentemente pelos canais argentinos para expor suas críticas na televisão e no rádio.

Ideologia

Milei se autodeclara como anarco-capitalista, um posicionamento considerado radical, que defende a não existência de um estado regulador, de modo que o livre mercado seria o responsável por se autorregular, sem interferências de outras instituições ou poderes.

Milei também é conhecido por seus posicionamentos conservadores, sendo muitas vezes alinhado com os ideais do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, figura essa que recentemente declarou seu apoio ao candidato argentino, o que fez com que ganhasse mais popularidade ainda.

Dentre as suas opinões polêmicas, Milei se coloca contra o aborto, até em casos de estupro, além de apoiar a liberação da venda de armas de fogo na Argentina. Em entrevistas, diz que, caso seja eleito, daria prioridade às relações com os Estados Unidos, apoiando até a dolarização da moeda argentina, que sofre com uma desvalorização intensa a anos graças à inflação vivida no país.

Um dos maiores parceiros comerciais da Argentina é a China, porém, Milei declarou que não vai mais fazer exportações para o país, pois de acordo com ele mesmo: ‘‘Não faço negócios com comunistas’’.

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2023

No começo da corrida presidencial, Milei era totalmente desconsiderado como um possível vencedor, visto que em uma das primeiras pesquisas de intenção de voto ficou com apenas 4%. Porém, nas eleições primárias argentinas, Milei surpreendeu ao ser o candidato mais votado, com 30% do total de votos.

A professora doutora Maria Cristina Gobbi, que é docente da disciplina Jornalismo na América Latina, aponta que Milei pode sim vencer a eleição. ‘‘Ele sai de um 4% totalmente desacreditado, e chega ao segundo turno, acho que ele tem grandes chances mesmo’’.

As pesquisas do segundo turno apontavam Massa como o favorito, porém em pesquisas mais recentes, Milei estava na vantagem, com mais de 52% dos votos. Outras pesquisas recentes consideraram um número muito alto de votos nulos e brancos, coisa que já é esperada, já que a população está indecisa entre esses dois candidatos, o que faz com que muitos votem nulo ou branco.

O segundo turno está marcado para acontecer no dia 19 de novembro, domingo, e definirá como será não só o futuro da Argentina, mas o futuro de vários países da América do Sul, que tem diversas relações com os argentinos, especialmente o Brasil.

Deixe um comentário