Escândalo envolvendo jogadores de futebol com a compra de resultados de partidas choca torcedores e apostadores
Por: Beatriz Mezavila Palmeira
Após polêmica divulgada no dia 9 de maio, de jogadores que disputam campeonatos da série A estarem envolvidos com esquemas corruptos, a funcionalidade e a índole desses sites geraram uma grande repercussão na população.
O costume de apostar no Brasil existe desde a década de 30, no governo de Getúlio Vargas os cassinos ficaram cada vez mais populares. Porém, em 1946 o presidente Eurico Gaspar Dutra sancionou o decreto-lei 9.215 onde proibia as apostas no país, e assim é até os dias de hoje. Nos anos 2000 as casas de apostas online começaram a surgir no território brasileiro, e em 2018 o presidente Michel Temer regularizou as apostas com quota fixa, e desde então os brasileiros passaram a apostar tranquilamente, tanto em jogos de azar online, quanto em eventos esportivos.
Em entrevista com Bruno Ramos, administrador do perfil @parmeramilgrau no Instagram e administrador de um grupo de dicas de apostas, ele acredita que punições e regulamentações devem ser definidas com mais clareza. “Essa porta para criação de esquemas de apostas, só se abre porque não tem regulamentação e nem uma punição muito clara e objetiva, tanto para quem é envolvido no esquema, tanto para quem é profissional, você não tem isso bem estabelecido, por isso se abrem as portas”, disse.
Bruno destaca também, que, quanto mais singular são as categorias de apostas, mais chances dos esquemas acontecerem. “Quanto mais individual ela for, na verdade mais favorece, por exemplo, para o cara tentar burlar isso, está tendo uma chuva de investigações em cima dos cartões amarelos, porque simplesmente o cara pode fazer uma falta, tomar um cartão amarelo e isso passa despercebido, é uma coisa que só depende dele”, ele completa.
“Dar a vitória, por exemplo, é muito difícil de manipular, por mais que seja em divisões inferiores, como série C ou série D, pois depende de 11 jogadores para serem comprados. Agora um pênalti, um escanteio ou um cartão amarelo é um lance muito individual que o jogador pode estar envolvido num esquema e o time dele nem saber e conseguir fazer passar despercebido”, conclui.
Para Bruno, as casas de apostas não são as culpadas, pois são elas as mais prejudicadas. Pode-se dizer, que as casas de apostas estão fazendo um investimento pesado no futebol brasileiro. Patrocinando clubes e campeonatos e contribuindo para a economia do país. “A casa de apostas é a mais prejudicada nessa situação, é ela quem sai perdendo, então o interesse dela é averiguar isso. Nesse esquema de fraude das apostas, foram as próprias casas de apostas que identificaram, contrataram uma consultoria, conseguiram saber o momento em que houve uma quantidade de apostas anormal em um jogador ou em um evento específico, então as casas de apostas em si, são as mais interessadas em que essa situação fique mais profissional, tem um lado ético muito mais brando nessa questão”, diz.
“Talvez o que falte para as casas é uma cartilha de publicidade mais clara, quanto a conscientização de fazer apostas de maneira mais branda, por exemplo, de pouco valor, não se comprometer financeiramente para isso, talvez uma publicidade voltada para esse ponto, que ainda não vimos”.
O entrevistado ressalta que esse não será o fim das casas de apostas, pois além de gerar investimentos ao país, o brasileiro daria algum jeito de burlar o sistema e continuar apostando. “Acredito que não vá acabar. Economicamente para o país gera emprego, parece que não, mas gera emprego. Tem pessoas contratadas de marketing, pessoas de eventos, pessoas de T.I, acaba gerando emprego para muita gente, então eu acredito que não vai acabar e nem é interessante se acabar. Porque o brasileiro, de fato vai dar um jeito de apostar em outra coisa, ele vai começar a usar uma VPN para apostar lá fora, ele vai começar a usar uma banca que não seja legalizada no Brasil, algum jeito ele vai arrumar” afirma.
Em análise, Bruno diz que patrocínio das casas de apostas em clubes e campeonatos fecham um ciclo com retornos lucrativos positivos. “Esse patrocínio das casas de apostas com os clubes acabam fechando um ciclo econômico muito lucrativo. As casas de apostas ganham, os clubes também acabam ganhando e por mais que boa parte dos apostadores percam, eu conheço muita gente que vive das apostas, o ganha pão da pessoa é isso, é apostando”.
“Na minha opinião a solução mais viável para evitar o problema é não parar as investigações, quando você for identificando os jogadores que estão envolvidos nesse esquema você tem que literalmente afastá-los até que algo se comprove, e caso for uma coisa muita vaza, de muita gente envolvida, você estuda para analisar o campeonato”.
Ele conclui, dizendo que o fim das casas de apostas não vai ser a solução do problema. “A culpa nunca é o meio, nunca é o produto que nos é oferecido, é a maneira que é consumida”, afirma.



Tem que ter uma punição exemplar para os jogadores envolvidos no caso . E as casas de apostas deviam tirar essas opções
de apostas em que depende apenas de um jogador fazer algo dentro do jogo. Se as opções de apostas fossem sempre dependendo do coletivo com certeza ficaria mais difícil as fraudes.
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