Por Isabela Domingos Garcia

A pandemia do Coronavírus pegou a todos de surpresa e fez com que o mundo entrasse em um hiato forçado, assim como uma banda que resolve dar um tempo sem data prevista para o fim. Felizmente, após dois longos anos, o vírus foi contido graças ao aumento da vacinação e em meio a tantos retornos e ao novo normal, os festivais de música finalmente puderam fazer o seu retorno triunfal.

Nomes como Justin Bieber, Dua Lipa, Miley Cyrus e Doja Cat, marcaram presença no país e fizeram a alegria de milhares de fãs que aguardavam por esse momento com muita ansiedade. Gean Calça, estudante de jornalismo, conta como foi a preparação para o Rock In Rio: “Com a data escolhida, foi a hora de decidir como que a gente ia pro RJ, afinal, nem eu nem minha irmã, nunca havíamos viajado sozinhos. Foi quando uma amiga, que também ia, nos indicou uma excursão feita pelo fã clube do Justin aqui no Brasil, e que por sorte, iria sair de Bauru. Foram quase 800 reais até aqui, ingresso e excursão.”

Uma pesquisa realizada pela Globo revelou que o Lollapalooza, responsável por marcar o retorno dos festivais, recebeu cerca de 23% a mais de pessoas que a última edição do evento, que ocorreu em 2019. Esse aumento está ligado ao período de isolamento, afinal, como é notável pelas publicações e compartilhamentos nas redes sociais, as pessoas sentiam falta do contato com outras pessoas e, é claro, de viver experiências no “ao vivo”.

Isso ocorre porque os festivais oferecem, além de música boa, muita cultura, abrindo espaço para exposições de arte e variedade gastronômica. Além disso, o ambiente proporciona um local de expressão individual e social, pois muitos telespectadores aproveitam do momento para usar e abusar dos looks e expor de forma externa um pouco de sua personalidade e estilo.

“O festival esteve lotado todos os dias e a catarse do público não carregava qualquer receio ou lembrança do período de pandemia e reclusão que vivemos. Raras eram as pessoas usando máscara e os espaços das marcas estavam sempre com filas enormes, despertando curiosidade e engajamento do público”, comenta Beatriz Moraes, em entrevista para a revista Gente, da Globo. Mas, como o estudante de jornalismo disse, “depois de dois anos de pandemia, todo mundo estava precisando de lazer e um momento de alívio para continuar com suas vidas. E renovar as energias num evento desse foi uma grande realização de um sonho”.

Um ponto muito discutido durante o período de isolamento foi a dificuldade econômica que o país enfrentou e ainda enfrenta. O retorno desses eventos é uma grande oportunidade para autônomos como motoristas de vans e ônibus que puderem fretar seus veículos para as capitais e marcas de pequeno e grande porte que puderam usufruir do espaço oferecido dentro dos festivais, aumentando assim sua visibilidade.

Estima-se que somente o Lollapalooza movimentou cerca de 421,8 milhões de reais, lembrando que foi ele quem abriu as portas para os demais festivais. Vale lembrar que existem inúmeros festivais de médio e pequeno porte que movimentam as cidades do interior como o encontro das tribos que acontece na cidade de Ribeirão Preto e o Rock in Rio Pardo que acontece em Santa Cruz do Rio Pardo.

Foto: Arquivo Pessoal Maria Eduarda Fonseca

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