Evento global deve reforçar pautas de conscientização ambiental e políticas relacionadas as decisões tomadas durante a COP30

Por Geilson Aguiar

Realizada entre 10 a 21 de novembro, a COP30 é a trigésima conferência das partes da ONU sobre mudanças climáticas, reunindo líderes mundiais e pesquisadores ambientais para discutir formas de reduzir a emissão de carbono, proteger biomas e definir metas globais para enfrentar a crise climática .Considerado o maior evento ambiental do planeta, o último encontro estabeleceu novos acordos e metas ambientais, como o fundo de danos e o fundo de adaptação. Esses novos acordos e políticas implementadas agregam os países tanto a nível federal quanto municipal.

Embora a conferência tenha acontecido longe de cidades do interior, municípios como o de Jaú no interior de São Paulo acompanharam de perto os desdobramentos da COP30. Autoridades locais acreditam que a conferencia pode ter impacto significativo quando o assunto é políticas públicas e conscientização ambiental. Em entrevista, o secretario de meio ambiente de Jaú, Renan Nachbal, afirma que “Jaú acompanhou atentamente as discussões sobre a cop30, monitorando as pautas oficiais da conferência, junto da participação de fóruns regionais e federais de diálogo”. Ele acrescenta que“a secretaria esta atenta as diretrizes que envolvem mitigação de emissões, transição energética e adaptação climática”. Para a gestão municipal, a conferencia amplia o debate e reforça a necessidade de fortalecer iniciativas locais, criando um ambiente mais favorável para a implementação de políticas ambientais de longo prazo.

Políticas Públicas

Além do acompanhamento das decisões da COP30, a gestão municipal de Jaú afirma que as diretrizes da conferência devem contribuir para o fortalecimento das políticas públicas locais nos próximos anos. Segundo Renan Nachbal, “o município vemavançando na estruturação de ações que dialogam com os princípios do plano de mudança climática, incluindo arborização urbana e o incentivo à destinação correta de resíduos”. Ele destaca que esse movimento já acontece dentro da própria secretaria, que busca integrar metas locais e nacionais. “A secretaria já vem trabalhando na consolidação de um programa de sustentabilidade urbana, com foco na adaptação das políticas locais às diretrizes nacionais de enfrentamento à mudança climática”, completa.

Secretário do meio ambiente Renan Nachbal ( Foto: arquivo pessoal)

A análise de políticas públicas em correlação a COP30 também é um debate pertinente entre os ambientalistas locais. De acordo com Guilherme Moya, ambientalista e presidente do instituto pró terra, a conferência ajuda a retomar problemas ambientais rotineiros na cidade. “Embora existam ações ambientais pontuais em Jaú, ainda falta um conjunto estruturado de programas e iniciativas que possam ser considerado exemplo de gestão ambiental”, afirma. Ele ainda reforça que “conferências desse porte ampliam o acesso a financiamento voltados a restauração ecológica, energias renováveis e mitigação de riscos climáticos”. Para Moya, a COP 30 funciona como um alerta e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para que municípios como Jaú atualizem seus projetos e busquem recursos que tornem as políticas ambientais mais eficientes e contínuas.

Conscientização ambiental

Além das políticas públicas, os dez dias de debates da COP 30 também reforçaram a importância da conscientização ambiental entre a população. Para a gestão e para especialistas, o evento internacional contribui para ampliar o acesso à informação e estimular práticas sustentáveis no cotidiano. Segundo Renan Nachbal “a secretaria pretende intensificar campanhas de educação ambiental inspiradas nos acordos propostos na COP30”. De acordo com o secretario, a ideia é levar ações para escolas, empresas e bairros, abordando temas como mudanças climáticas , reciclagem e arborização urbana. Renan afirma ainda que “já estamos estruturando o cronograma de parcerias , para que essas atividades aconteçam ao longo de 2026”, reforçando que o engajamento da comunidade será essencial para consolidar práticas sustentáveis no município.

Para o ambientalista Guilherme Moya, a conscientização é um dos pilares mais importantes para que políticas ambientais se tornem efetivas e contínuas. Ele ainda afirma que “a educação ambiental da cidade precisa ser potencializada, em ações continuas e integradas entre escolas, comunidade e poder público”. Segundo ele conferências do porte da COP 30 colocam as pautas ambientais em evidência, mas, sem divulgação adequada e iniciativas permanentes, o tema tende a perder força poucos meses após o evento. Por isso, ele defende que Jaú aproveite o impulso provocado pela conferência para estruturar projetos duradouros que mantenham a sociedade engajada mesmo fora dos grandes debates internacionais.

Presidente e ambientalista do Instituto pró terra Guilherme Moya (Foto: arquivo pessoal)

Desafios ambientais e perspectivas para o futuro

O município de Jaú possui problemas ambientais significativos, como falha na gestão de resíduos, falta de saneamento e problemas com drenagem urbana Segundo Nachbal, “os principais desafios ambientais de jaú hoje é a gestão de resíduos sólidos, recuperação de áreas degradadas e a conservação de recursos hídricos “. Ele reforça ainda que “é necessário fortalecer a integração entre política publicas urbanas, agrícolas e ambientais”, garantindo um equilíbrio sustentável entre crescimento econômico e preservação dos recurso naturais que a cidade possui.

Além dos problemas estruturais, ambientalistas apontam que Jaú ainda enfrenta dificuldades em consolidar politicas permanentes de conservação e fiscalização ambiental. Apesar de existir potencial ecológico na região, faltam iniciativas continuas que conectam o poder público, comunidade e instituições. O ambientalista Guilherme Moya destaca que “alinhando aos interesses da COP30, Jaú deveria avançar em um programa integrado de adaptação climática que priorize a recuperação das matas ciliares e nascentes”. Ele acrescenta que “a cidade precisa se fortalecer na gestão de resíduos sólidos, combate a queimadas, coleta de lixo urbana e destinação de reciclagem”. Segundo o ambientalista, a cidade tem potencial, entretanto essas ações são fundamentais para que o município possa ter avanço nas questões ambientais.

Ao reunir decisões globais, desafios locais e a perspectiva de especialistas, a COP30 se mostra muito mais perto de cidades do interior do que aparenta. Para cidades como Jaú, a conferencia funciona como um marco orientador para novas politica publicas, além de trazer a tona problemas antigos e urgentes. O evento também reforça a importância da conscientização ambiental para mudanças na cidade. Com metas internacionais em curso e demandas locais crescentes, Jaú se posiciona diante da oportunidade de alinhar suas iniciativas às diretrizes climáticas globais, construindo um futuro mais sustentável e resiliente para a população.

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