Para a maioria do público é considerado o grupo mais óbvio da competição, não restando dúvidas sobre quais equipes serão classificadas. Mas o Grupo G da Copa do Mundo de Clubes traz uma discussão polêmica sobre a disparidade técnica entre as equipes

Por Enzo Kato
O maior problema desse grupo promete ser também o maior entretenimento das classificatórias do Mundial. Grandes clubes cotados como favoritos podem deslizar em meio ao campeonato, e passarem vergonha para clubes menores, promovendo uma grande reviravolta no torneio. Os quatro times que disputam o Grupo G são: Al Ain (Emirados Árabes Unidos), Juventus (Itália), Manchester City (Inglaterra) e Wydad Casablanca (Marrocos)
Manchester City
O Manchester City chega de um ano histórico para os padrões recentes, a falta de títulos. O clube se classificou para o Mundial por meio da conquista da Liga dos Campeões de 2022/23, e tenta “apagar” os fracassos da temporada.
O City chega à competição de uma forma totalmente diferente de como saiu da temporada regular. O elenco sofreu bruscas alterações, a principal delas foi a saída do meia Kevin De Bruyne, ídolo do time, e peça fundamental do imbatível Manchester dos últimos anos, e também a saída do atacante Jack Grealish que havia perdido espaço dentro da própria equipe.
Porém, com a janela de transferência, trouxe dois meio campistas, o Tijjani Reijnders do Milan e Rayan Cherki do Lyon, o lateral-esquerdo Rayan Aït-Nouri do Wolverhampton e o goleiro Marcus Bettinelli. Todas as contratações são métodos de repor peças que o técnico, Pep Guardiola, perdeu no passar da temporada, com lesões e saídas do clube.
Celso Unzelte, jornalista da ESPN, em entrevista para o Jornal Contexto comenta sobre a situação do Manchester City neste Mundial. “Acho que, justamente por isso, é que eles vão entrar no Mundial como uma possibilidade de recuperar o prestígio perdido. Não digo perdido, mas um time como o City esperava uma temporada melhor. Eu acho que há uma grande chance. Tem gente saindo, gente chegando, mas é um poderio muito grande. É um dos grandes times do mundo hoje”, explica.
Juventus
A Juventus é historicamente um dos maiores times da Itália, chegou a ser dominante no cenário internacional de futebol, mas hoje apresenta uma baixa, conquistando um título ou outro. A equipe chega ao Mundial de Clubes por meio do ranking da UEFA, com pouca projeção de futuro dentro do campeonato.
A Velha Senhora vem para tentar brigar por pelo menos um título na temporada 2024/25, após uma temporada problemática e com troca de treinador, tem como expectativa se apoiar no jovem elenco para dar bons resultados. O clube passa por uma má fase, que não é de hoje, desde a conquista dos nove “scudettos” seguidos a Juve não ganhou mais a competição.
Antigamente o protagonista da Juventus era o jovem servio Dusan Vlahovic, hoje mesmo sendo o artilheiro da equipe, está perdendo espaço dentro do elenco, indica que não irá renovar seu contrato, deixando a Velha Senhora após o fim do Super Mundial.
Celso destaca problemas da Juventus, e suas consequências no campeonato. “Para os padrões europeus, realmente, a Juventus não é mais a mesma. Mesmo dentro da Itália, perdeu aquela hegemonia para Nápoles, para a própria Internazionale. Mas ainda é um time muito forte. Ainda é um time consistente. É um time europeu suficiente para passar por essa fase. Até pelo grupo que caiu. Acho que isso ajudou muito. Se tivesse uma terceira força no grupo, talvez ela tivesse problemas. Mas acho que, até por extrusão, a Juventus vai acabar ficando com essa vaga. Ainda é um time suficientemente forte para chegar à fase de mata-mata neste Mundial. Mas, talvez, não vá muito além disso”, concluiu.
Al-Ain
O Al-Ain é o maior time dos Emirados Árabes, e um dos maiores da Ásia, somando 38 títulos em seu acervo. Um deles é o de vencedor da Liga dos Campeões Asiática na temporada de 2024, que possibilitou ao clube disputar o Mundial de Clubes.
A equipe árabe chega na competição com um nome, responsável por eliminar o Al-Nassr de Cristiano Ronaldo em 2023, impedindo que jogasse o Mundial. O atacante Soufiane Rahime, marcou 13 gols em 13, se tornando o artilheiro na ocasião, desbancando grandes nomes como o sérvio Aleksandar Mitrović e o próprio Cristiano Ronaldo. Uma grande peça da seleção marroquina, que nas Olimpíadas de Paris em 2024 foi artilheiro, fazendo história sendo o primeiro jogador africano e árabe a conseguir tal feito.
Outro nome que chegou para compor o elenco no Mundial é o goleiro campeão da Euro de 2016, o português Rui Patrício. O arqueiro estreia no clube após uma passagem ruim pela Atalanta. Tem um contrato de curto prazo, apenas para jogar a competição.
Para Celso, o Al-Ain foi azarado em cair um grupo já muito bem disputado entre City e Juventus, que o deixa fora da competição, brigando apenas para ver qual equipe ficará em última do grupo.
Wydad Casablanca
O Wydad Casablanca se classificou para o Mundial por meio da conquista da Liga dos Campeões da CAF.
O clube vem de uma temporada ruim no Marrocos, pois não foi bem no campeonato nacional, ficando em terceira colocação. Além disso, na Copa do Marrocos a equipe não conquistou nenhum título. O time vinha em baixa até que, em abril, o técnico Mohamed Amine Benhachem assumiu a equipe. Reforços no elenco vieram para auxiliar o novo técnico: Nodin Amrabat, que estava no Hull City, Hamza Hannouri, vindo do FUS Rabat, e Stephane Aziz Aki, do Young Africans. O destaque é o jogador da seleção marroquina Amrabat, que chegou até a disputar a Copa do Mundo na Rússia.
Em pergunta sobre o papel de Wydad no grupo, Unzelte explica que a equipe vai ser apenas um coadjuvante. “Em qualquer grupo que caísse ele teria dificuldade. Não haveria facilidade, pois é um grupo com forças tão destacadas que eu acredito que não vá haver competitividade”.

