Com grandes equipes do futebol mundial, o grupo promete ser um dos mais disputados da competição

Por João Pedro Passaroni
O grupo C da Copa do Mundo de Clubes apresenta equipes que vivem momentos diferentes em suas trajetórias. Com Bayern de Munique (Alemanha), Auckland City (Nova Zelândia), Boca Juniors (Argentina) e Benfica (Portugal), a disputa por vagas nas oitavas, em confrontos contra os classificados do grupo D, promete ser intensa.
Em entrevista ao Jornal Contexto, Rodrigo Bueno, comentarista dos canais ESPN, fez uma análise sobre as expectativas do grupo C. “Pelos nomes dos clubes, esse seria um dos grupos mais legais, porque a gente tem 3 clubes tradicionais e tem o que, certamente, é pior time desse ‘Super Mundial’.
Bayern de Munique
O Bayern de Munique é uma das maiores equipes da Alemanha. Omaior campeão da Bundesliga – liga alemã – se classificou para o mundial como um dos 12 times que estarão representando a UEFA (União das Associações Europeias de Futebol), sendo o primeiro colocado no ranking classificatório da entidade.
Os comandados do técnico Vincent Kompany chegam a competição como campeão alemão e com 2 novas caras em seu elenco: o zagueiro Jonathan Tah e o meia Tom Bischof, vindos de Bayer Leverkusen e Hoffenheim, respectivamente. Com elenco estrelado, a esperança de gols da equipe alemã é o centroavante inglês Harry Kane, que terminou a Bundesliga como artilheiro da liga, com 26 gols. O torneio também marca a despedida de Thomas Muller dos bávaros após 25 anos.
Para Rodrigo Bueno, a equipe do Bayern não deverá sofrer grandes dificuldades e chega ao mundial como o time a ser batido.
“Hoje há uma diferença muito grande do Bayern para o Boca e o Benfica. Está muito claro, para mim, que o Bayern vai vencer esse grupo, que vai fazer 9 pontos. Primeiro porque é um clube que dá valor para competições internacionais, que historicamente tem a mentalidade alemã, vencedora. Então o Bayern não vai para passar fome. É o elenco mais caro e mais forte, que em peças individuais é bem superior aos dois times”, pontua.
Auckland City
A equipe neozelandesa chega ao mundial como atual tetracampeão da Champions League da Oceania e se classificou para a Copa do Mundo de Clubes por ser o campeão continental da OFC (Confederação de Futebol da Oceania) melhor ranqueado pela FIFA.
O próprio clube se define como uma equipe amadora, onde a maioria dos jogadores têm ocupações em tempo integral fora do futebol. Fundado em 2004, o Auckland City rapidamente se tornou uma potência de seu continente, conquistando a Champions League da Oceania por 13 vezes. A equipe era presença frequente no antigo formato do mundial, com um terceiro lugar em 2014 sendo sua melhor campanha na competição.
O Auckland City chega aos Estados Unidos buscando chocar o mundo, mas para Rodrigo Bueno, a situação parece ser bem diferente. “É um time habituado a jogar esse tipo de competição mundial, mas é habituado também a levar pancada, porque o futebol da Nova Zelândia ainda está muito atrás do europeu, do sul-americano e dos outros continentes. Para mim é o adversário que vai perder 3 jogos e ficar com saldo negativo”.
Boca Juniors
O Boca Juniors é um dos times mais tradicionais e vitoriosos da América do Sul. Classificado por meio do ranking da Conmebol, a equipe argentina está longe dos seus dias de glória. Apesar de ter sido vice-campeão da Libertadores em 2023, os argentinos ficaram de fora do torneio nos dois anos seguintes. A má fase se estendeu para as competições nacionais, onde, neste ano, o Boca foi eliminado nas quartas de final do Apertura do Campeonato Argentino.
A equipe sonha em conseguir uma vaga no mata-mata e para isso conta com jogadores experientes, como Advíncula, Marcos Rojo, Ander Herrera e sua principal referência ofensiva, Edinson Cavani. Além disso, um reforço além das quatro linhas foi anunciado: o treinador Miguel Ángel Russo. Responsável pela última Libertadores conquistada pelo Boca, em 2007, o comandante chega para sua terceira passagem pelo clube argentino.
“O Boca dos últimos anos é um time com pouquíssima inspiração, dificuldade de criação. Vive muito na base da defesa, de Romero, Rojo e Bataglia. O time não tem capacidade ofensiva, têm alguns jogadores veteranos, que já passaram do ponto. O Cavani, que é a grande referência ofensiva, já está em momento de baixa”, pontua Rodrigo.
Benfica
O Benfica é mais um dos 12 representantes da UEFA na competição. Classificado após ficar na sétima colocação do ranking da entidade europeia, a equipe portuguesa não vive seu melhor momento nos últimos anos. Apesar de ganharem a Taça da Liga em cima do Sporting, as águias perderam os títulos da liga e da taça de Portugal para os rivais.
O clube de Bruno Lage apresenta uma mistura entre jogadores experientes e grandes promessas. Sua dupla de zaga, composta por António Silva, de 21 anos, e Nicolás Otamendi, de 37, é o maior exemplo disso. Além deles, grandes nomes como Renato Sanches, Andrea Schjelderup e Ángel Di María buscarão causar problemas para as defesas adversárias.
Para Rodrigo, a diferença de elenco faz com que a briga do Benfica seja pela segunda colocação.
“O Benfica disputou o título português, com Bruno Lage, também está em um processo de reconstrução. Está perdendo algumas peças, perdeu o título português para o Sporting. Com a temporada, dá para dizer que hoje não é o melhor time de Portugal. É difícil competir em condições de igualdade com o Bayern. É uma disputa muito clara entre Benfica e Boca pela segunda colocação”, explica.

