Nova geração chegando, virada histórica de Carlos Alcaraz e busca pela glória na clássica quadra de saibro em Paris
Por Pedro Inácio Barbosa

O torneio simples masculino de Roland Garros acabou no último domingo, dia 8 de junho. Pelo segundo ano consecutivo o espanhol e segundo colocado no ranking do ATP, Carlos Alcaraz foi o vencedor. A partida entre ele e o italiano e primeiro colocado no ranking, Jannik Sinner foi a final mais longa da história da competição francesa, o jogo foi até o quinto set, com as parciais de 4/6, 6/7 (4/7), 6/4, 7/6 (7/3) e 7/6 (10/2).
Sinner venceu os dois primeiros sets e abriu o placar no terceiro set, porém Alcaraz logo se recuperou na partida e conseguiu levar o set. No quarto set, o italiano conseguiu chegar ao 5 a 3, e teve quatro match points, 40/0 no nono jogo do set, e poderia levar o título do Grand Slam, mas novamente o espanhol demonstrou resiliência e conseguiu reverter a situação e levar o set. O último set foi uma trocação de jogos, entretanto o tie break terminou com um 10 a 2 em vantagem de Carlos, que manteve o título do torneio. André Guedes, professor de tênis e criador de conteúdo sobre o esporte, elogiou o tenista espanhol. “Ele é muito bom no saibro, é onde ele tem o melhor desempenho”.
Uma grande história da competição foi o desempenho do sérvio Novak Djokovic, que está com 38 anos e já foi campeão três vezes em Roland Garros. Nesta edição, Djoker chegou na semifinal, onde acabou sendo derrotado por 3 sets a 0, contra Sinner. O desempenho de Djokovic era esperado que fosse pior pela comunidade que acompanha tênis, por conta de sua idade avançada.
“Djokovic é fora da curva. Na minha singela opinião, ele é o melhor jogador da história. Ele já provou isso com números absurdos e em várias situações, como estar com uma idade um pouco avançada para o tênis e mesmo assim chegar em semifinal de Grand Slam”, exaltou André.
Principais eventos
Os Grand Slams são os quatro principais eventos de tênis na temporada do ATP. O primeiro foi o Australian Open, que foi vencido por Sinner, após derrotar Alexander Zverev por 3 sets a 0. Roland Garros é o segundo Grand Slam disputado neste ano, o evento possui um diferencial dos outros Grand Slams, pois ele é disputado na quadra de saibro, que é um material resultante de uma mistura entre areia, argila e outros materiais finos. Além de Roland Garros, o torneio de Wimbledon é o outro torneio que é jogado em uma quadra diferente das outras, que é a quadra de grama, enquanto o US Open e o Australian Open, que são disputados em solo firme.
“Roland Garros, por ser no saibro, é o torneio mais clássico do tênis, muitos jogadores tem um carinho especial pela quadra. A quadra é muito boa, porque a fita da quadra não é pregada, ela é pintada. Então a quadra não apresenta tantas variações quanto às outras”, disse André.
A quadra possui alguns defeitos, que foram falados pelo treinador: “Existem variações normais, que é quando a bola quica em partes que a areia está mais funda, que ocorrem devido a movimentação dos jogadores. Então eles devem se adaptar ao longo de todo o jogo”.
O saibro apresenta um estilo de jogo diferente dos outros tipos de solo. André explicou que o saibro exige um jogo de mais trocação de bola, não apresenta um jogo tão rápido, os jogadores tendem a fazer um jogo de fundo de quadra. Ele adverte que os atletas necessitam de paciência e a afobação pode ser prejudicial. André termina seus comentários sobre o saibro dizendo: “Por conta desse jogo de mais trocação, a quadra apresenta um desgaste maior em cada jogador, que pode resultar em lesões”.
Próxima etapa
O próximo Grand Slam é na Inglaterra, em Wimbledon, e os Grand Slams deste ano acabam no US Open, nos Estados Unidos. André conta sobre as mudanças de quadra entre os eventos. “É necessário muito treino e muita preparação para se adaptar ao estilo de cada quadra. Por isso existem os torneios preparatórios, como os challengers e alguns ATPs, que servem para a galera se acostumar ao piso”.
