Pesquisadores realizaram estudo que comprova aumento real de felicidade entre trabalhadores remotos e híbridos
Por Nina Conrado
Recentemente, pesquisadores da Universidade da Austrália Meridional promoveram uma investigação que acompanhou os impactos do trabalho remoto na vida das pessoas e concluiu que o home office aumenta a felicidade. Mudanças como dormir mais, conviver mais com a família e se alimentar melhor foram percebidas comumente entre os trabalhadores de home office.
Apesar de terem dado início a sua pesquisa ainda antes da pandemia de Covid-19, o trabalho remoto entrou em ascensão de forma imperativa durante esse período e, após a superação dessa crise, virou um modelo muito comum e adotado em todo o mundo.
Desde que sua prática virou corriqueira, surgem discussões sobre suas consequências na saúde mental dos trabalhadores, benéficas ou maléficas.
Entre os benefícios comprovados do trabalho remoto estão o aumento da autonomia, mais tempo para si mesmos e com a família, mais flexibilidade e em alguns casos até são relatadas redução de estresse e aumento de produtividade.
Mesmo existindo a possibilidade de haver alguns malefícios como solidão, devido à falta de interação social, sobrecarga e dificuldade de se desligar do trabalho, esses podem ser gerenciados de forma adequada com acompanhamento psicológico e regramento.
A pesquisa também analisou que empresas que aderem ao home office mas mantém canais de comunicação abertos de forma frequente com seus funcionários desafiam o argumento da ausência física e falta de interação social, que poderiam desencadear problemas psicológicos mais sérios mas são contornados com práticas adequadas.
A psicóloga Ellen Camargo, 35, formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) com especialização em terapia cognitivo-comportamental afirma que o home office pode trazer tanto benefício quanto desafios para a saúde mental.
“Por um lado, alguns relatam redução de estresse, por outro lado, o isolamento social e a sensação de estar sempre disponível podem gerar ansiedade e sintomas de burnout. No final, depende muito da forma como a pessoa lida”.
Além disso, a psicóloga também afirmou que há certos perfis de pessoas que se beneficiam mais com o trabalho remoto. “Pessoas mais organizadas, disciplinadas e que conseguem manter o foco sozinhas tendem a se adaptar melhor ao home office. Quem não depende tanto da interação social constante costuma aproveitar melhor esse modelo”.
Apesar de haver seus ônus, a profissional acredita que os bônus se sobressaem: “se for bem planejado e acompanhado, o home office tende a ser mais benéfico. O segredo está em criar uma rotina clara, estabelecer limites e manter vínculos sociais, mesmo que à distância”.
Ellen também dá algumas dicas para quem trabalha nesse modelo tirar o máximo de proveito de todas as suas vantagens. “Estabelecer rotinas com horários definidos de início e fim do expediente ajuda o cérebro a entender quando é hora de focar e quando é hora de descansar. Trocar de roupa pela manhã, fazer pequenas pausas e ter um ambiente separado do restante da casa apenas para o trabalho”, conclui.

Reprodução: redes sociais
