Piloto de 18 anos foi o escolhido da Mercedes para substituir Lewis Hamilton na equipe alemã
Por João Pedro Passaroni

Natural de Bolonha, Itália, Andrea Kimi Antonelli – de apenas 18 anos – foi o piloto escolhido por Toto Wolff, CEO e diretor da Mercedes, para assumir a difícil missão de substituir o heptacampeão mundial, Lewis Hamilton, que deixou a equipe alemã após 12 anos e seguiu em direção a Maranello, vestindo agora as cores da Scuderia Ferrari.
Conhecido no cenário do automobilismo por ter pulado várias etapas da sua carreira, seu desempenho começou a ser acompanhado de perto pelas grandes equipes aos seus 12 anos de idade, quando ainda disputava competições de kart. Apesar de um interesse da Ferrari, questões burocráticas acabaram fazendo com que Kimi assinasse com a Mercedes.
“O talento natural dele é inegável, todo mundo que viu ele de perto, desde do kart, quem trabalhou com Antonelli de perto, fala que ele é muito diferente”, explica o ex-piloto da F3 Sul-Americana e criador de conteúdo automobilístico, Rodolpho Santos.

Sua estreia em monopostos ocorreu em 2021, ainda como membro do programa de desenvolvimento da Mercedes, quando disputou e alcançou pódios nas últimas 3 rodadas da F4 italiana, pela equipe da Prema. No ano seguinte, em seu primeiro campeonato completo, Antonelli foi campeão, com 13 vitórias conquistadas.
Ainda no ano de 2022, o italiano também faturou a F4 alemã e disputou 4 corridas da F4 dos Emirados Árabes, saindo como vencedor em 2 oportunidades. Já em 2023, o jovem migrou e sagrou-se campeão da Fórmula Regional Europeia (FRECA). Seu grande desempenho fez com que a Mercedes antecipasse etapas do preparo de Kimi, pulando a F3 e levando-o para a disputa da Fórmula 2 de 2024.
“A Freca já é um carro muito potente, ela não está tão longe da Fórmula 3 e o fato dele ter ido para a Fórmula 2 eu acho que é o mais importante, porque a Fórmula 2 é o carro que vai mais se assemelhar com a Fórmula 1”, explica Rodolpho.
Apesar de um começo inconstante, Kimi apresentou melhoras em seu desempenho e terminou a temporada da F2 na sexta colocação, acima de seu companheiro de Prema, Oliver Bearman. Em paralelo, a Mercedes promoveu o jovem, de na época 17 anos, ao posto de piloto reserva da equipe na F1.
Além disso, Antonelli realizou diversos testes privados com carros antigos da equipe, como permitido no regulamento da competição. Os alemães, inclusive, chegaram a fazer um pedido de superlicença – necessária para pilotos de Fórmula 1 – para a Federação Internacional do Automobilismo (FIA), que até então, não poderia ser emitida, pois o piloto era menor de idade.
O nome de Antonelli como piloto titular da Mercedes começou a ganhar força após imbróglios contratuais entre a equipe alemã e Lewis Hamilton. Visando o futuro de Antonelli, a equipe ofereceu apenas 1 ano de contrato para o veterano, que recusou a proposta e partiu em direção à Ferrari. “Ela sabe que ele estava no final de carreira, então ela não queria perder o Antonelli, de repente, por um ou dois anos a mais com o Hamilton”, afirma Rodolpho.
Mesmo com grandes nomes, como Carlos Sainz e Valtteri Bottas, disponíveis no mercado e até mesmo um flerte com o atual tetracampeão mundial, Max Verstappen, Toto Wolff decidiu apostar em sua “prata da casa”. “O Antonelli é uma jovem promessa que se destacou em todas as categorias de base e eu acho que o Toto Wolff quer que ele, em um período de dois anos, esteja liderando o time”, opina.
Em uma temporada repleta de rookies, como Bearman e o brasileiro Gabriel Bortoleto – que foi campeão das últimas temporadas da F3 e F2, em 2023 e 2024, respectivamente -, Rodolpho afirma que o jovem italiano é o novato que melhor chegou preparado para a competição.
Por fim, em relação ao atual desempenho, Rodolpho diz que Antonelli está fazendo o esperado de um piloto que foi muito bem preparado para a Fórmula 1. “Está tendo a frieza, está sabendo aproveitar cada GP para evoluir, então eu acho que assim, está fazendo a temporada que se esperava dele”.
Após ter abandonado o GP de Emilia-Romagna, Antonelli está na 7ª posição no campeonato de pilotos, com 48 pontos marcados e buscará subir na tabela no próximo destino da competição: o tradicional GP de Mônaco, que acontece no próximo domingo (25).
