Antonelli tem fim de semana para esquecer em Ímola

Piloto da Mercedes teve que abandonar a corrida após mal funcionamento no acelerador de seu carro.

Por João Pedro Passaroni

O Grande Prêmio da Emilia-Romagna é uma das corridas mais tradicionais da história da Fórmula 1. Em meio a incertezas sobre a continuidade da pista para os próximos anos, a sorte sorriu para Max Verstappen, da Red Bull Racing, que neste último domingo (18), saiu vencedor da prova. No entanto, a etapa não teve o mesmo desfecho para Andrea Kimi Antonelli, da Mercedes, que foi obrigado a abandonar a corrida após 46 voltas.

O fim de semana começou com altas expectativas para o jovem piloto italiano, que disputaria sua primeira home-race como um membro da F1. Rodolpho Santos, ex-piloto da F3 Sul-Americana e criador de conteúdo automobilístico, ressaltou, antes da corrida, o que era esperado de Kimi Antonelli.

“A gente espera muito dele, agora é uma pressão enorme pra ele, ele tá correndo em casa, pista europeia. Se espera muito dele agora nas pistas europeias”, afirma.

Porém, os primeiros treinos livres, realizados na sexta (16), já apresentavam indícios de que a etapa seria complicada para Antonelli. No TL1, Kimi terminou a sessão com o 13º melhor tempo.

No segundo treinamento, a situação se agravou e ele acabou em 18º. Já na manhã de sábado (20), uma dose de esperança emergiu sobre os fãs do piloto, que apresentou uma melhora em seu desempenho e terminou o terceiro, e último, treino livre na 4ª colocação. Apesar disso, o seu último desempenho não se refletiu na qualificatória para a corrida, onde Antonelli acabou novamente na 13ª colocação.

Já na corrida principal, a Mercedes apresentou uma estratégia ousada para a largada do italiano. Com os jogos de pneus de maior maciez (C6 – macios, C5 – médios e C6 – duros) disponibilizados pela Pirelli, distribuidora oficial do campeonato, grande parte dos pilotos optou por iniciar o GP com pneus médios (C5), enquanto Kimi Antonelli largou com pneus duros (C6). Além dele, apenas outros 5 pilotos, incluindo Lewis Hamilton, da Ferrari, optaram pela mesma ideia.

A estratégia teve êxito: os pilotos que começaram a prova com jogos de pneus médios (C5) não apresentaram grande desempenho e foram para o pit-stop já na 12ª volta, quando a janela de troca sugerida pela Pirelli era entre as voltas 19 e 25. Com as paradas prematuras e deslizes de outros pilotos, Antonelli chegou a assumir a 5ª colocação da corrida.

A etapa também foi marcada por um confronto de gerações entre Hamilton, ex-Mercedes, e Antonelli, o seu sucessor na equipe alemã. Na primeira volta, o jovem ultrapassou o heptacampeão e após várias tentativas, o veterano somente conseguiu superar o italiano na 34ª.

A corrida começou a ficar complicada para Kimi após o abandono de Esteban Ocon, da Haas, que causou a entrada de um safety car virtual. Antonelli aproveitou a parada para colocar pneus médios, porém a estratégia não surtiu o efeito esperado e o piloto acabou perdendo ritmo e caindo para a 8ª posição.

O Grande Prêmio em Ímola acabou para Antonelli na 46ª volta, quando seu carro apresentou problemas no acelerador e o piloto foi obrigado a abandonar sua primeira corrida em seu país natal como um piloto de Fórmula 1.

Em entrevista aos canais oficiais da F1, o jovem lamentou o ocorrido: “Em uma volta a potência estava boa, mas na outra eu estava perdendo muita. Não foi fácil. É uma pena terminar assim”.

Para Rodolpho, a instabilidade do italiano é considerada normal para um rookie (novato). “Acho que é super normal, é super válido, como ele cometeu no primeiro treino em Monza, quando ele fez o primeiro treino dele de Fórmula 1. Acho que esses altos e baixos é normal dos novatos”, diz.

Antonelli agora ocupa a 7ª posição no Campeonato de pilotos, com 48 pontos marcados. Já seu companheiro de Mercedes, George Russell – que finalizou a corrida de Ímola em 7º lugar -, ocupa a 4ª colocação, com 99. Com a junção das pontuações (147), a equipe alemã está em 2º na classificação por equipes, atrás apenas da McLaren, que apresenta 279 pontos.