Na biblioteca da universidade, o aluno Alex Iarossi realiza o lançamento de obra própria marcando o início de sua vida acadêmica.
Por Gabriel Diaz
Para muitos jovens brasileiros, o sonho da vida universitária representa anos de dedicação aos estudos e preparação para o vestibular. Neste cenário, histórias como a de Alex Iarossi ganham destaque: o ingressante do curso de Jornalismo da Unesp (Universidade Estadual Paulista), campus de Bauru, não comemora apenas a aprovação no curso, mas já ostenta o título de autor publicado.
Alex Gabriel Batista Iarossi de Araujo, 18, chamou a atenção da universidade no mês de março com o lançamento de seu primeiro livro “Textos perdidos no meu bloco de notas”, que conta com contos e crônicas de experiências durante a adolescência do autor. O aluno explica que estar na universidade não é somente a realização de um sonho, mas uma oportunidade única de aperfeiçoamento.
A paixão pela literatura é apontada como marco inicial para perceber a vocação em Jornalismo. “Escrevo desde o quinto ano escolar. Eu fazia pequenos poemas, histórias curtas e sempre tive apoio de muita gente. Se hoje faço Jornalismo é porque existe um Alex que ama escrever”, diz. A primeira escolha do estudante foi a área do Direito, mas ao pesquisar sobre as possibilidades da carreira jornalística, descobriu que se encaixava neste espaço.
O autor relata que a obra surgiu como um conjunto de escritas ingênuas sobre momentos conturbados que passou em sua vida. Foi através da indicação de sua professora do ensino fundamental que decidiu juntar o que tinha e publicar num único livro.
“Há contos em que eu trago situações da minha vida de uma forma que as pessoas não sabiam que sou eu e, de uma forma ou de outra, eu estou me expondo para elas. Estou me expondo e me esvaziando de sentimentos. Por conta disso, pelo fato dos contos terem vindos de pensamentos meus, cria-se uma ideia de que o autor se resolveu consigo mesmo, sendo que muitas das histórias permanecem em aberto até hoje”, relata Alex em relação à sua escrita como um gesto de exposição. O estudante explica não se preocupar com cobranças de que sua escrita seja uma solução para suas dores. Para ele, seus textos não colocam um ponto final numa situação, mas servem como meio de autocomposição.
Em entrevista com Maria Cristina Gobbi, professora livre-docente e chefe do Departamento de Jornalismo da Unesp, ela destaca a surpresa e admiração pela proatividade de Alex pela escrita e enaltece a atitude dele como um exemplo a ser seguido. Para a professora, não é necessário esperar o final do curso para produzir conteúdo relevante. “Quando nós olhamos para o jornalismo, nós olhamos para a sociedade, né? Eu falo que há pessoas que fazem trabalhos tão legais, tão bacanas, e que às vezes ficam tímidos, e falam que ainda estão no primeiro ano. Eu acho que o Alex, com este livro, abre essa perspectiva no sentido de dizer, assim: sou eu, de peito aberto”, relata. Maria também reforça que a coragem e a dedicação para compartilhar ideias desde o início da graduação podem abrir portas no futuro, servindo como motivação para os alunos.
Para a família, o sonho de Alex é evidente. A mãe Andreia não esconde a emoção ao falar sobre a trajetória do filho, destacando cada passo de seu esforço nos estudos e na jornada que escolheu. “Eu senti muito dele ter ido embora, dele ter ido pra lá, chorei muito, lutei muito. Mas eu vejo o caminho que ele está trilhando. É o caminho humano, é o caminho que ele quer, é o que ele gosta de fazer. E a felicidade que ele transmite, que ele passa, só mostra os frutos sendo colhidos. Fico super contente e tenho bastante orgulho disso tudo, eu vibro aqui por ele lá”, comenta.
Sobre o futuro, Alex está comprometido em fazer a diferença, dentro e fora da universidade. Ele espera ir além da formação acadêmica e valoriza a oportunidade de estar estudando na Unesp, trazendo o jornalismo como uma forma de aprimorar sua capacidade de se expressar e conectar-se com os leitores. O autor almeja a publicação de novos projetos no decorrer do curso. “Eu costumo dizer que um artista nunca para de trabalhar. Já tenho novos projetos em mente, ando desenvolvendo coisas novas e, unindo o meu lado artista com meu lado jornalista, pretendo lançar mais livros, com mais histórias únicas e explorar tudo o que a universidade tem a me oferecer, que não é pouco”, comenta.
O livro “Textos perdidos no meu bloco de notas” está disponível à venda na plataforma online da editora UICLAP, e pode ser acessado no link: https://loja.uiclap.com/titulo/ua85333/?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAafTXpwjAgxpy7Zibp-_fuN6vx5wlA1-dK2P35LN17iWfvY0wPp1Ir29KcSd8w_aem_yk6kAQfl4czGGdMmiV4sNQ
