Após mais de um mês sem treinador, a “maior” seleção de futebol contrata o multicampeão Carlo Ancelotti, de 65 anos, que é ídolo de clubes gigantes como Milan e Real Madrid.

Por Maurício Júnior

Na segunda-feira (12), a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) comunicou via redes sociais a contratação do experiente treinador italiano Carlo Ancelotti, que assume o comando da amarelinha após o fim de seu ciclo como técnico do Real Madrid. Ele será o quarto estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira na história.

O gosto da CBF pelo trabalho de Ancelotti é antigo, pois desde 2023 o técnico é sondado para assumir a posição de treinador da Seleção, algo que só se concretiza dois anos depois.

Ancelotti ocupa o cargo após a saída de Dorival Júnior, atual treinador do Corinthians, que rescindiu seu contrato com a CBF dias após a derrota por 4×1 para a Argentina em partida válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo.

O novo técnico inicia seu calendário de compromissos com a Seleção Brasileira no próximo dia 26, com uma convocação para os próximos dois jogos das Eliminatórias, que ocorrerão nos dias 5 e 10 de junho, contra as seleções do Equador e Paraguai, respectivamente.

Os resultados das últimas partidas da Seleção têm desagradado não somente os torcedores, como também os especialistas do esporte, tornando inevitável as comparações da situação atual da equipe com épocas anteriores.

Fernando Leite, gerente de futebol – com passagens por Cianorte, Vasco da Gama e atualmente no Linense – e ex-jogador profissional – atuando principalmente na Ferroviária (SP) e no futebol suíço -, comenta sobre a atual fase da Seleção nas Eliminatórias.

“Virou rotina lutar até as últimas rodadas para se classificar. Todas as escolhas feitas até o momento não trouxeram resultados desportivos favoráveis, pois não temos a qualidade necessária de atletas que definam jogos como ocorria antigamente”, afirma.

Por que a escolha da CBF por Carlo Ancelotti?

O técnico italiano chega ao Brasil com o status de ídolo do Real Madrid após sua segunda passagem pela equipe espanhola, que foi marcada pela conquista de 11 títulos, incluindo duas UEFA Champions League e dois campeonatos espanhóis (La Liga).

Além das duas passagens extremamente vitoriosas pelo gigante espanhol – tendo a primeira sido entre 2013 e 2015 -, Carlo Ancelotti também teve experiências positivas no Chelsea, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique, e é ídolo incontestável do Milan, clube italiano no qual conquistou duas UEFA Champions League contando com craques brasileiros no elenco.

Um ponto positivo para a escolha do treinador é a proximidade com alguns atletas que foram treinados por ele na equipe merengue, e aparecem recorrentemente nas convocações, tais como os atacantes Vinícius Júnior, Rodrygo e Endrick, além do zagueiro Éder Militão. Apesar de estrangeiro, Ancelotti já está ambientado com o estilo de jogo do futebol brasileiro.

Estando a pouco mais de um ano de distância da Copa do Mundo FIFA de 2026, Carlo Ancelotti ainda precisa construir um projeto com a Seleção Brasileira, e esse período curto de tempo será um grande desafio.

Fernando Leite avalia quais as prioridades do treinador no comando da equipe brasileira. “O primeiro passo é ter seriedade e profissionalismo, sem seguir aquela cartilha que ocorre na Seleção Brasileira, de convocações de atletas determinadas por empresários”, pontua.

Dando continuidade na ideia de liberdade para a escolha do elenco como fundamental para o projeto do treinador, Fernando destaca que “a ação imediata do treinador é convocar o que temos de melhor”.

Ele explica ainda que “a partir de agora esperamos ter a seriedade desse novo técnico, e que ele tenha autonomia para convocar jogadores que se encaixam na maneira como ele acredita que o futebol deve ser”.

O que esperar de Ancelotti no comando da Amarelinha?

O anúncio da contratação animou a torcida e analistas de futebol, que esperam um desempenho melhor da Seleção Brasileira nessa reta final das Eliminatórias. A aposta da CBF pelo técnico estrangeiro serve como um escape do padrão visto nos últimos anos em relação ao estilo de jogo projetado pelos técnicos brasileiros.

Fernando Leite não acredita que o novo treinador trará uma mudança muito radical para o futuro da Seleção Brasileira. “Penso que não será algo muito diferente do que temos visto nos ultimos tempos, mas dá para melhorar alguns pontos e voltar a brigar pelo título numa Copa do Mundo. Quem sabe voltar a vencer”.

Fernando Leite, gerente de futebol e ex-jogador profissional – Foto: Acervo pessoal

Deixe um comentário