O evento reuniu grandes nomes da indústria do entretenimento e foi marcado pela exaltação da alfaitaria e do estilo negro

A cantora Rihanna no tapete vermelho do Met Gala 2025. Foto: reprodução Redes sociais
Por Victor Hugo Aguila
O Met Gala 2025 aconteceu na segunda-feira (5), em Nova York. Celebrando a alfaiataria e o estilo negro, o evento contou com cerca de 450 convidados do mundo da música, cinema, televisão e esportes, além de arrecadar fundos para o Metropolitan Museum of Art, situado na mesma cidade.
Ligado ao Costume Institute, departamento de moda e vestuário do próprio museu, o tema “Superfine: Tailoring Black Style” (Superfino: alfaiataria do estilo negro) é a primeira exposição focada exclusivamente na moda masculina após mais de 20 anos.
A mostra é inspirada no livro “Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity”, de Monica L. Miller, publicado em 2009. Nele, a autora explora a origem e evolução do dandismo negro, movimento cultural marcado pela forma como pessoas negras utilizam a moda e a estética para ir contra as expectativas sociais.
Segundo o Met, o tema “explora a importância do estilo para a formação de identidades negras na diáspora atlântica, particularmente nos Estados Unidos e na Europa”. Ramon Costa (26), produtor de moda e estilista, elogia a escolha: “Eu gostei do tema, acho bem importante para o momento atual, e é fácil de interpretar. As pessoas que realmente fizeram jus a ele demonstraram ter um conhecimento e um embasamento sobre”.
Admirado, Ramon também reflete sobre o papel sociocultural da moda na edição de 2025. “Quando se pensa nesse tópico, isso acaba se refletindo nessa atmosfera cultural. Tira esse foco da ideia de que o homem negro não pode ocupar certos lugares”.
O evento também fomentou debates acerca de questões de gênero e binariedade no mundo da moda, principalmente quanto às vestimentas no tapete vermelho. Para Ramon, “roupas não têm gênero e acredito que todos podem expressar sua individualidade. Trago como exemplo o ator Billy Porter, que se tornou um ícone de estilo por essa imagem de imponência e elegância, além de ser um porta-voz para determinadas comunidades”.
Um dos destaques da noite foi a equipe de co-presidentes da cerimônia, composta por Pharrell Williams, Lewis Hamilton, Colman Domingo, A$AP Rocky e LeBron James.
Além destes, o time organizador contava com nomes como Simone Biles, Spike Lee, Ayo Edebiri, Doechii, Usher, Tyla, Janelle Monáe e André 3000, a escritora Chimamanda Ngozi Adichie e o dramaturgo Jeremy O. Harris.
A cantora Rihanna também esteve presente no evento e anunciou a gravidez do terceiro filho, causando diversas reações nas redes sociais.
“A Rihanna é sempre muito aguardada. Ela estuda a moda e sabe muito sobre isso. Ela já elevou a barra sobre como se comunica e como se utiliza a moda. Acredito que essa atitude dela foi uma demonstração de como ela é poderosa enquanto uma mulher negra”, declara Ramon.
Apesar da edição de 2025 ter ocorrido recentemente, a próxima cerimônia do Met Gala já possui data marcada e será realizada em 4 de maio de 2026. O tema, assim como os anfitriões, serão anunciados no segundo semestre deste ano.
Ansioso, Ramon espera que os convidados “busquem referências, não apenas do tema, mas que também permitam que fujam do ponto de vista. Isso permite que saibam mais sobre a sociedade e a cultura, e acredito que isso tem muito a agregar”.

O estilista Ramon Costa. Foto: Arquivo pessoal
