Liga Paulista de beisebol: Nipo de Ribeirão Preto tem novo técnico

A equipe faz preparativos para superar o resultado do ano passado e buscar o título da liga

O cubano Orlando Santana, novo técnico da equipe de beisebol da Nipo de Ribeirão Preto Foto: Enzo Kato

Por Enzo Kato

O time de beisebol da Nipo de Ribeirão Preto tem um novo técnico, o cubano Orlando Santana. Desde o ano passado, quando foram derrotados na etapa final e ficaram em 7^o. lugar, a equipe busca superar o resultado pouco satisfatório da temporada de 2024 e contratou o ex-técnico da seleção brasileira de beisebol. Orlando foi o primeiro treinador a ganhar um título mundial de beisebol pelo Brasil, além de conquistar vitórias em diversos campeonatos pan-americanos.

Orlando chega à Nipo com muito otimismo para comandar o time e prevê bons resultados este ano, trazendo sua experiência internacional e promovendo um maior desenvolvimento do beisebol.

“Aqui na Nipo eles pararam muito tempo de jogar beisebol, fazia 30 anos que não jogavam e recomeçaram há uns dois ou três anos”, diz Orlando. Ele explica que, no momento, a equipe só tem jogadores adultos: “a equipe está melhorando, está treinando muito durante a semana, e acho que teremos um bom resultado”, afirmou o treinador.

Origem e separação do elenco

O time de beisebol da Nipo de Ribeirão Preto teve início nos anos 80, mas ficou desativado por décadas até retornarem as atividades ano passado. Hoje, a equipe volta com um elenco veterano que em 2024 chegou invicto na etapa final. No entanto, foram derrotados, terminando na 7ª colocação. Neste ano, buscam superar o resultado anterior e se consagrarem campeões pela primeira vez.

A competição de beisebol é uma liga esportiva amadora que concentra times de todo o estado de São Paulo, se dividindo em quatro regiões de acordo com sua localização geográfica, são elas: Capital, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. São ao todo 32 times participando da temporada de 2025, mas apenas oito se classificam para a etapa final, no CT Yakult, em Ibiúna.

O elenco do ano passado acabou se desdobrando em duas equipes, uma de veteranos e outra de calouros. Com isso, no atual campeonato a Nipo de Ribeirão Preto conta com duas equipes, ambas treinadas por Orlando Santana.

O time dos veteranos conta com jogadores experientes, como o José Fugice, ex-jogador da seleção brasileira e campeão Pan-americano. Além dos jogadores da antiga geração da Nipo, que voltam ao campo com a equipe, revivendo o esporte.

Já o outro time é focado na adaptação e no desenvolvimento dos menos experientes, que chegou ao beisebol por meio da popularização do esporte promovida pela comunidade da Nipo de Ribeirão Preto.

Beisebol: Um esporte pouco conhecido

É comum ver comentários nas redes sociais de pessoas perguntando “Existe beisebol no Brasil”, mesmo que a seleção brasileira tenha conquistado uma medalha de prata nos jogos Pan-Americanos de 2023 e a classificação para o Mundial da modalidade, como ocorreu esse ano sobre o time da Alemanha.

O Brasil não só possui o esporte, como está presente no país desde o século 19, vindo dos Estados Unidos e se consolidando com a imigração japonesa.

Nesse contexto, a modalidade se tornou um nicho da comunidade nipônica e, como resultado, gerou uma grande quantidade de descendentes nas categorias de base ou como treinadores de beisebol.

Apesar de ser um esporte de nicho, as novas gerações de imigrantes vindas de países em que o beisebol é praticado, como os filhos de imigrantes venezuelanos, estão gerando maior diversidade. O técnico Orlando Santana ressalta que um dos principais empecilhos para a popularização do esporte é o pouco conhecimento que as pessoas tem do esporte. “Hoje o brasileiro começa a jogar beisebol também”, explica. Para Santana, o cenário do beisebol no Brasil é precarizado e a falta de verba é um grande impeditivo para a democratização do esporte de forma efetiva.

Essa estrutura passa despercebida pela maior parte do público, pois a grande mídia ou as instituições que dão visibilidade, como grandes times que já emprestaram seus nomes ao beisebol – como São Paulo, Paraná, Fortaleza e Naútico – acabam não investindo o necessário para o crescimento do esporte no país.