Estudantes da Unesp de Bauru promovem protesto por um restaurante universitário mais democrático. Panelaço foi realizado como forma de reivindicação por melhores condições

Por Nina Conrado

Estudantes durante manifestação. Foto: Nina Conrado

Na terça-feira, dia 8 de abril, cerca de 350 alunos da Unesp realizaram panelaço para reivindicar melhorias na estrutura do Restaurante Universitário para que condiga com a demanda do corpo discente, como o aumento de refeições subsidiadas e o fim do sistema de reservas.

O Restaurante Universitário da Unesp de Bauru conta com apenas 1300 refeições diárias para atender o campus todo, que é composto por aproximadamente 7000 alunos. Essa carência em relação à demanda vem sendo criticada há muitos anos pelo corpo discente e as refeições vêm sendo aumentadas gradativamente.

Para a aluna Maria Clara Buchalla, estudante de jornalismo do 2° ano e integrante do movimento estudantil, “o problema é que esse aumento é mínimo e não expressa melhoria significativa para os alunos, que continuam ficando sem refeições diárias suficientes para atender a todos”.

Buchalla diz que pensaram em fazer protestos para chamar a atenção do GAC (Grupo Administrativo do Campus) e acabaram optando por um panelaço para “incomodar mesmo”. “Foi histórico, eu esperava 80 pessoas e apareceram por volta de 350”, disse ela. O panelaço foi divulgado pelo movimento estudantil e ela como integrante deste também comentou sobre a importância do engajamento do corpo discente em sua totalidade. “O movimento estudantil é um movimento de classe, tem que ser formado pela classe estudantil e para a classe estudantil”.

Durante o protesto, os alunos conversaram com o presidente do GAC, o Prof. Dr. José Alfredo Ulson, exigindo um retorno às suas reivindicações.

“Essas são as pessoas que estão sofrendo, aqui, na sua frente. Não são números. São pessoas que têm rosto, voz, identidade e que têm fome. O que você vai fazer?”, disse ela ao comentar sobre o contato que os estudantes tiveram com o professor Alfredo durante a manifestação.

Em entrevista ao jornal O Campus de Bauru, o professor Alfredo diz que planeja aumentar 200 refeições diárias em maio de 2025 pois, atualmente, é só o que o restaurante comporta. Ele foi questionado sobre as intenções da administração de tornar a ampliação da estrutura do RU uma prioridade. “Tudo no serviço público é devagar”, afirmou.

Na opinião de Buchalla, “esse discurso vem sendo utilizado todo ano. Talvez, se o processo demorado de expansão do espaço e equipamento tivesse sido iniciado nas primeiras vezes em que o pedido foi feito, a reforma já estivesse em vias de ser concluída. Apesar de termos a compreensão de que a universidade pública tem burocracias lentas e complexas e que tudo há de ser feito em conformidade com a lei, a grande massa de estudantes pensa que a administração não demonstra preferência em lidar com essas questões o quanto antes”. Para Buchalla, o próximo passo é promover uma paralisação dos alunos, que está sendo programada para breve.

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