O Jornal Contexto conversou com a secretaria responsável pelo repasse dos auxílios aguardados pelos discentes para entender melhor o processo

Supervisora do STAEPE da FAAC Luiza Isabel Banhara Fonte: Arquivo pessoal

Por Mariana Bezerra

Na Unesp de Bauru, os meses de março e abril foram marcados por protestos por parte do conselho estudantil da universidade quanto à demora para o pagamento dos auxílios permanência a veteranos e calouros.

A reivindicação é motivada pela tardia liberação dos auxílios, que, para os veteranos, ocorreu na primeira semana de abril. Apesar de estar dentro do prazo estipulado pela secretaria de graduação, os estudantes alegam que a demora compromete sua manutenção na universidade e gera insegurança quanto à permanência.

A universidade oferta oito tipos de auxílios. O primeiro deles destina-se a alunos em situação de alta vulnerabilidade econômica, nos valores de R$840,00 e de R$735,00, dependendo do caso. Depois, vem o auxílio de moradia no dormitório na universidade e o subsídio alimentação, além do auxílio maternagem e o de paternagem, além do auxílio para pessoas com deficiência e o auxílio estágio.

Cada diretoria do campus ( Faculdade de Ciências, Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design e Faculdade de Engenharia) fica responsável pelos processos de seleção dos seus respectivos discentes. Para os veteranos, esses processos foram iniciados em novembro de 2024 ; para os novatos, em fevereiro deste ano.

A supervisora do STAEPE da FAAC, Luiza Isabel Banhara, explica como funciona a tramitação desses auxílios.

“Após a análise dos documentos e entrevista com a assistente social, o aluno está, digamos assim, apto a receber [o auxílio]. No entanto, para ele receber, depende de haver recurso para isso. A reitoria encaminha, todo ano, o que a gente chama de cota fixa e, dependendo da quantidade de alunos classificados, todos são contemplados. Se nem todos forem contemplados, eles ficam em uma lista de espera e nós fazemos uma solicitação de orçamento para a COPE (Coordenadoria de Permanência Estudantil ) de um maior repasse”.

A lista com o resultado definitivo da análise, que se dá após o período de recurso, foi liberada para os estudantes veteranos no fim de março, e o pagamento foi feito no início do mês de abril. Quanto aos ingressantes, até a data desta publicação, com exceção dos que ingressaram por meio do Provão paulista (vestibular destinado aos alunos de escolas públicas do estado), ainda não há um resultado e a etapa das entrevistas não foi iniciada. A probabilidade de pagamento retroativo a esses estudantes, que aguardam há dois meses pela lista, é vedada pelo Tribunal de Contas do Estado.

Segundo a entrevistada, nos últimos anos, todos os alunos solicitantes foram contemplados com as bolsas, ainda que tenham passado a recebê-las mais tarde. A celeridade do processo é um dos principais questionamentos dos alunos e, de acordo com o STAEPE, as assistentes sociais “se desdobram” para atender à demanda e, para isso, trabalham além da carga horária estabelecida. Luiza disse, ainda, que o número de solicitações vem aumentando a cada ano.

Para os alunos que ingressaram por meio das chamadas da lista de espera, após o prazo do edital, e para aqueles que não conseguiram participar do processo, há um novo edital em curso, iniciado no dia 28 de abril . No entanto, não há garantia de contemplação dessas novas demandas devido ao limite de recursos, ressaltando que há, ainda, a prioridade dos classificados nas listas de espera de 2025, tanto para calouros como veteranos.

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