Há mais de cinco anos os supermercados brasileiros sofrem com a falta de funcionários. Entenda os motivos.

Por Beatriz Malheiro

Supermercado Tauste em Bauru: em busca de profissionais qualificados Foto: Beatriz Malheiro

Desde a pandemia da COVID-19, em 2020, os supermercados brasileiros estão enfrentando a escassez de mão de obra em algumas de suas funções-chave. A razão para este fenômeno está ligada à falta de candidatos qualificados para assumir determinados cargos, principalmente no setor operacional. Assim, para suprir a falta de funcionários, as redes de supermercados buscam a automatização.

De acordo com Jussimara Bruzarosco, gerente do setor de Recursos Humanos da rede Tauste Supermercados, é difícil encontrar candidatos qualificados para trabalhar na loja desde a pandemia da COVID-19, em 2020.

A razão para esse fenômeno se dá pela diminuição da taxa de desemprego em todo o país, somado ao fato de que, hoje em dia, a maior busca por emprego está entre as opções mais flexíveis. Jussimara explica que o problema não está na formação dos candidatos, mas sim na disposição manifestada para assumir algumas funções dentro do supermercado.

“Não existe uma crise na capacitação profissional dos candidatos à vaga de emprego, como muitos podem imaginar, mas sim no interesse dessas pessoas nas condições de trabalho oferecidas dentro do supermercado”. Segundo a gerente, os cargos que envolvem expediente noturno ou durante os fins de semana são os mais difíceis de serem preenchidos.

Jussimara conta que há dificuldade para encontrar candidatos em todos os setores, com destaque para o operacional. Para a Tauste Supermercados, é mais difícil encontrar pessoas que aceitem cargos no açougue, na padaria e na limpeza.

Ela explica também que, no Brasil como um todo, é difícil encontrar funcionários para as funções de embalador, repositor de mercadorias, atendente de loja, vendedor, operador de caixa, entre outros.

Cartaz com anúncio de vagas disponíveis no Tauste da Rua Rio Branco, em Bauru Foto: Beatriz Malheiro

A escassez de candidatos faz com que as redes de supermercados aumentem os seus gastos para a manutenção de funcionários. Dessa forma, é normal que haja uma alta nos preços dos alimentos como forma de manter as lojas funcionando.

Para preencher as vagas de emprego rejeitadas pelos candidatos, Jussimara informa que a alternativa adotada pela rede será a automatização. “A gente já tem o self-checkout hoje nos caixas, então isso já é uma medida. A gente busca sempre automatizar alguma atividade que tenha dentro dos setores, por exemplo, a fatiadora, a máquina de embalar carne… Então, dependendo do setor que a gente vai analisando, se der pra colocar automação, a gente vai colocando”.

Em geral, é certo que as redes de supermercados busquem, além da automatização, treinamentos diferentes para que o ambiente de trabalho dentro do supermercado seja mais saudável e, portanto, mais procurado. Jussimara conta que o desenvolvimento de liderança, além do fornecimento de benefícios ao trabalhador são atitudes a serem colocadas em prática.

Deixe um comentário