Pastora da Igreja Evangélica, eleitora de Suéllen Rosim acredita que se a candidata for reeleita responderá às críticas à sua gestão com muitas obras.
por Ana Gabriela Bezerra

Nascida em Porto Seguro, na Bahia, a costureira Eliete Rodrigues dos Santos Belizotti, de 57 anos, chegou em Bauru no início dos anos 2000 e por já se considerar bauruense, e acompanha o histórico político da cidade desde então, decidiu que para as eleições municipais de 2024 votará para a reeleição da então prefeita Suéllen Rosim (PSD).
A candidata também é natural de outra cidade e de outro estado, Dourados, no Mato Grosso do Sul e se mudou para Birigui, interior de São Paulo, para cursar Jornalismo e vir trabalhar na emissora afiliada da Rede Globo, a TV Tem de Bauru.
Para Eliete, o fato da candidata não ser natural de Bauru, foi um grande impeditivo nas eleições que a consagraram historicamente como a primeira mulher ocupando o maior cargo do executivo da cidade. Eliete conta com muita franqueza que não votou na Suéllen na última eleição: “eu não votei em ninguém, eu estava muito triste [com o cenário político], estavam acontecendo muitas coisas, e muitas pessoas dizendo que a Suéllen não é de Bauru, ela é de outra cidade”.
Essa insegurança pode ser explicada devido a algumas gestões que passaram pela cidade, as quais Eliete relembra indignada. “O Tuga quando ganhou, qual foi a primeira coisa que ele fez? Voltou para a cidade dele, abandonou nossa cidade de Bauru. Então, o que acontece? A nossa preocupação era isso. Eu, né? A minha preocupação, não sei de todos, mas a minha era isso. E se ela ganhar e for embora, né?”
A outra gestão é a de Clodoaldo Gazzetta, mais recente, e foi mencionada pela eleitora com revolta, a qual ela analisa da seguinte forma: “até hoje eu não entendo o porquê desses que não fizeram nada, aparecem agora na reportagem [Aponta para um televisor na parede à frente de sua máquina de costura, no qual era transmitido um jornal local no momento]. Falando que ‘vamos dar as mãos, vamos seguir’. Eu não entendo como uma pessoa que teve oportunidade de fazer alguma coisa para Bauru, ganhou e foi para casa dormir”.
Eliete afirmou ter acompanhado a gestão de Suéllen Rosim desde a eleição de 2020 e que, para as eleições deste ano, ela seguramente declara: “a gente tem que ver e acreditar que ainda pode ter alguém que vai fazer alguma coisa por Bauru, né? Porque até agora, de todos os prefeitos que passaram por aqui, pra mim, hoje, ela é a melhor. Agora o meu voto é dela, porque eu vi que ela é sincera naquilo que ela fala”.
Nos últimos quatro anos, a eleitora diz ter percebido mudanças importantes na cidade, como a reconstrução da escola municipal próxima a sua oficina de costura e o recapeamento da massa asfáltica tanto nos bairros quanto nas vias muito utilizadas pelos bauruenses, a exemplo das Avenidas Rodrigues Alves e Nações Unidas.

Segundo Eliete, “aquilo que estava no alcance da Suéllen, que ela pôde resolver, ela resolveu. A gente andava na rua era uma buraqueira danada, querendo ou não, é uma preocupação. Eu acredito que Deus vai iluminar a cabeça da Suéllen e ela vai ainda fazer muito mais coisas do que ela imagina para Bauru. Eu tenho que agradecer a Deus por ter iluminado e posto ela para cuidar da gente, cuidar de Bauru, cuidar da nossa cidade, se preocupar com as creches”.
Sobre a falta de água em Bauru, assunto sensível e tema de diversas críticas entre os bauruenses em relação à prefeita, a eleitora diz já ter sofrido com esse problema, mas que torce para que a proposta de desassoreamento do Rio Batalha seja um dos projetos realizados pela candidata na próxima gestão.
Eliete acredita que uma vez resolvida essa questão que aflige os moradores de bairros afetados pelo rodízio de água, Bauru conseguirá perceber todo o trabalho que está acontecendo pela cidade nos últimos anos. “Ela fazendo isso já vai estar mostrando muita coisa. O povo bauruense vai ficar tudo ‘oh glória!’, agora quando virem os hospitais, as empresas retornando para Bauru, aí eu quero ver o que esse povo vai falar!”
O projeto de um hospital municipal proposto pela candidata foi também outro motivo que incentivou a decisão de voto de Eliete. Sobre as promessas de campanha, a eleitora diz que “as propostas que a Suéllen têm me chamado muita atenção, eu sempre acompanho. Assim como o hospital [municipal], conseguir agregar mais as empresas, porque tem muita gente ainda desempregada em Bauru. E esporte, lazer, escola, todos falam a mesma coisa, mas esse projeto da Suéllen, eu acredito que ela realiza, porque ela já mostrou que conseguiu realizar muito em dois anos. Então isso me chama atenção, um hospital muito maior ao lado do hospital estadual”.
Eliete explica que Suellen teve só dois anos de gestão, em vez de quatro, pois os dois anos de pandemia atrapalharam o trabalho da prefeita, que não pôde exercer plenamente sua função. Devido a esse impedimento, Suéllen precisaria de outra oportunidade, como a eleitora explica: “pensa comigo, como estava Bauru e como está agora? Tem muitas coisinhas, tem. Tem muitas lojas que estão fechando, mas por que está fechando? Porque os outros prefeitos que entraram, colocaram as empresas grandes para ir embora daqui, não deram suporte. O que Bauru precisa, é que se dê suporte aos empresários, para trazer empresas. Porque quanto mais empresas, mais pessoas trabalhando. Movimentará o calçadão da Batista, porque daí acrescentará lojas, mais coisas para agregar, mas ao contrário, o que eles estavam fazendo? Eles estavam entrando e tirando tudo”.
Eliete se refere ao abandono do Distrito Industrial de Bauru e à falta de incentivo fiscal para que grandes empresas se instalem na cidade, e lamentou o fechamento de indústrias como a Mondelez que desativou sua unidade em 2018, deixando 800 funcionários desempregados.
Por Suéllen ser aliada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a eleitora – que no plano estadual e federal votou em Tarcísio e em Bolsonaro nas últimas eleições – diz que será uma parceria fundamental para conseguir trazer os repasses de verbas para a cidade e, dessa forma, concretizar as propostas do seu plano de governo.
Ela entende que o governo de uma prefeitura é composto por essas alianças, tanto em esferas maiores como federais e estaduais, quanto municipais. E critica o comportamento de muitos vereadores da Câmara Municipal de Bauru que durante as eleições apontam os problemas da cidade, mas que depois passam de eleitos não procuram resolvê-los.
Sobre isso, Eliete declara que “ninguém vai ganhar dessa forma. A gente vai ganhar, se a gente se unir. Se ganhou para vereadora, junte-se com a prefeita. É disso que precisa, não ficar apontando o defeito um do outro, eu sei que é eleição e realmente isso acontece, mas assim, tenta fazer uma eleição diferente, tenta mudar alguma coisa. As ideias podem ser diferentes, mas o objetivo é o mesmo”.
Eliete também é pastora de uma igreja evangélica e se identifica com os valores defendidos por Suéllen Rosim, que também segue a mesma religião. A família, segundo ela, é algo muito importante e que precisa ser bem representada em um espaço político para servir como modelo. Para Eliete, a atual prefeita é um bom exemplo disso.
Ela explica que não está votando na candidata pela religião, mas sim na pessoa. “É o mesmo Deus, sabe. Eu costumo dizer que o mesmo Deus da Igreja Católica é o mesmo Deus dos evangélicos, sabe. Eu tenho a mente bem ampla assim para as coisas religiosas de Cristo. E o meu votar na Suéllen é como mulher, como prefeita, não como crente, não como pastora de igreja. Não é porque eu escolhi ela, porque ela é evangélica. Você tem que pensar que você tem que colocar lá alguém que dê uma influência boa à família. Não que vá atrasar a vida dos seus filhos, atrasar a vida das famílias”.
Eliete afirma que Suéllen ganhou a cidade, tornando-se assim uma bauruense também e, de forma bem-humorada, espera que se a candidata for reeleita “que ela coloque uma bucha na boca do cão!”, expressão empregada para se referir às críticas de muitos à prefeita.
