Primeira mulher a ser eleita prefeita em Bauru, além de ser negra e surpreendentemente jovem, esta é Suéllen Silva Rosim, candidata a se reeleger como prefeita nessas eleições municipais de 2024

POR FELIPE ESCADA

Figura notória na cidade, a prefeita coleciona polêmicas tanto como alvo como também produtora destes eventos. Ganhou destaque, por exemplo, ao receber multa como consequência de não usar máscara durante um ato na Avenida Paulista no momento da pandemia. Além disso, foi vítima de insultos misóginos e racistas, e até mesmo alvo de deep fake este ano, aparecendo nua em fotos geradas por inteligência artificial.

Nascida em Dourados, no Mato Grosso do Sul, em sete de julho de 1988, mudou-se para Birigui, no interior de São Paulo, ainda jovem. Formou-se em Jornalismo pelo Centro Universitário Toledo (UniToledo) e, por muitos anos, trabalhou como repórter e apresentadora da TV TEM Bauru, canal filiado à Rede Globo. Sua carreira como jornalista influenciou profundamente sua popularidade e visibilidade junto à população de Bauru.

Suéllen Rosim, ao longo de sua carreira política, tem se destacado pela forma como aborda questões locais e pela construção de uma imagem de acessibilidade e comprometimento através das redes sociais. Antes de se tornar prefeita, Suéllen se candidatou a deputada estadual pelo extinto partido Patriota, o qual foi presidente pela região, mas sua derrota nas eleições de 2018 não a impediu de tentar uma candidatura à prefeitura. Conquistando apoio significativo da parte conservadora da cidade, angariou 89.725 votos (55,98%), tornando-se a primeira mulher eleita prefeita em Bauru.

Como prefeita, Suéllen enfrentou desafios substanciais, como a pandemia de COVID-19 e a atual crise hídrica em 2024. Sua gestão foi marcada por suas associações e apoios da parte bolsonarista nacional, sendo chamada de corajosa pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro ao criticar as medidas de contenção durante a quarentena. 

“Eu não acredito que a melhor saída para o momento seja o Lockdown”, foi uma de suas falas ao portal de notícias Metrópoles, ao mesmo tempo em que propunha um decreto municipal que atenuava as regras.

Como toda gestão, Suéllen também enfrentou críticas. Alguns opositores questionaram a eficácia de certas políticas implementadas e a rapidez nas respostas a problemas emergentes. A questão da falta de água em muitos bairros e a falta de infraestrutura hospitalar na cidade são pontos que frequentemente geram debate.

Nesta candidatura, a jornalista concorre pelo Partido Social Democrático (PSD), se aproximando de políticos conhecidos como Gilberto Kassab mesmo ainda sendo próxima do governador Tarcísio de Freitas. Em comentários de suas redes sociais, eleitores de Suéllen frequentemente afirmam que não votam por associações passadas ao ex-presidente Bolsonaro.

Em entrevista com seus eleitores, Verônica Giberti logo dispara: “Por ser negra,” quando perguntada pelos motivos do seu voto. Já Guilherme Fuzel lista vários motivos para defender seu voto: “conseguiu entregar novas escolas e reformar unidades de saúde; perfurar poços e melhorar abastecimento de água; pavimentar regiões que nunca haviam recebido asfalto; cobrar contrapartidas dos empreendimentos imobiliários; e revitalizar áreas verdes”.

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