Palestrante da última mesa da Semana de Jornalismo, Mariana Grilli expõe sua visão e experiências sobre o tema “Comunicação em redes: ascensão de novos formatos”
Por Vitória Mendes
A comunicação sempre esteve presente na história da humanidade e ao longo do tempo foi transmitida de diversas maneiras. Hoje, com a inserção cada vez maior da tecnologia no dia a dia das pessoas, a comunicação teve que assumir novos formatos para se adequar às redes. É apenas desse modo que a informação é passada adiante e atinge o público-alvo.
No jornalismo a situação não é diferente, e esse foi o tema discutido na última mesa realizada na Semana de Jornalismo da Unesp. A mesa contou com a participação de Mariana Grilli, jornalista especializada em agronegócios com foco em sustentabilidade e segurança alimentar, que apresentou sua visão sobre a nova forma de se fazer jornalismo.
“Os novos formatos passam por todas as editorias. O consumo de notícias hoje em dia está nas redes sociais. Não só falar de social agro é importante, mas também que linguagem vamos adotar para falar sobre isso. Pensar nos vídeos curtos, em como transformar o que já foi feito em outras editorias para o agro é uma oportunidade gigantesca”, ela afirma.
A jornalista atualmente é colunista no UOL, mas durante toda a sua carreira já passou por diversos veículos de comunicação, como Globo Rural, Rádio CBN e o programa Roda Viva. Apesar de ser especialista em uma área pouco reconhecida pelo público, ela enxerga sua construção de experiência como positiva. Ainda, alega que há muitas oportunidades para novos jornalistas se aventurarem nesse meio, principalmente com a ascensão dos novos formatos da comunicação.
“O jornalismo de agro proporciona uma experiência que nenhuma outra editoria proporciona. É a realidade de fazer entrevistas com moscas na cara. Não é confortável, mas é a realidade do jornalismo”, pontua.
A versatilidade permitida pelas redes pode se estender de diferentes maneiras para atingir o público-alvo. Mas, para Mariana, também há um efeito negativo nisso. Atualmente, grande parte da população recebe a informação diretamente dos influenciadores digitais que conseguem garantir uma conexão maior e instantânea com seus seguidores. Dessa forma, a perspectiva jornalística passa a ter dificuldade em alcançar as pessoas e comunicar as informações necessárias.
Considerando todos esses aspectos, Grilli acredita que a adaptação do jornalismo aos meios de consumo do público é a melhor maneira de cumprir a função de informar.
“Se tiver dinamismo, acessibilidade, um bom áudio, uma boa legenda, tudo isso faz sentido e aproxima do público. Vai muito de pensar em com quem está falando. O público do agro não é grande, mas o lance é esse. É traduzir. E as redes sociais e novos formatos atuam nesse sentido”, explica.
Ao mesmo tempo que o crescimento do espaço virtual democratiza o acesso à informação, também abre espaço para a propagação de informações falsas, que atingem principalmente o público que não consome determinados conteúdos, como os relacionados ao agronegócio. Para Grilli, é isso que torna ainda mais indispensável a atuação dos comunicadores nas redes.
“Jornalismo é oposição. É colocar contra a parede para prestar serviços à sociedade. Não importa se o leitor vai gostar ou não, é responsabilidade do jornalista informar”, declarou Mariana.
Assim, fica claro o quão importante é que as pessoas tenham acesso às informações que envolvem seus hábitos de vida, comunidade e bem-estar. Dessa forma, comunicadores sempre serão necessários para manutenção e crescimento da sociedade, independentemente do formato midiático que será apresentado ao público. Afinal, o mais importante é que a informação seja transmitida de forma humanizada e cumpra o seu objetivo principal.
