Entre carreira e vida: o profissional e a pessoa que é Bruno Ribeiro

Entenda como o gerente de comunicação do Bauru Basket concilia família e amigos com sucesso profissional
Por Ana Helena Masson Maiolino

Bruno Martins Ribeiro, jornalista renomado e gerente de comunicação do Bauru Basket, é bauruense de nascimento e criação. Notoriamente, família e amigos são sua base. No âmbito profissional, construiu uma carreira exemplar e diversa. Trabalhou com televisão, cobertura esportiva, comunicação interna e marketing, obtendo experiência em diferentes setores e áreas do jornalismo.

Formado pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), a qual se refere como “casa querida”, em entrevista exclusiva para o Jornal Contexto, Bruno conta que seu ano de calouro foi recheado de aprendizados e que ele tinha uma “sede por experiências diferentes”. Dez anos depois de ingressar na universidade, confessa que mudou seu olhar para o jornalismo e para a comunicação.

Junto de alguns colegas de classe, em 2014, fundou o site Locomotiva Esportiva motivado por um dos períodos de greve mais longos da história da Unesp de Bauru. O nome do site foi idealizado a partir do fato de a cidade ter se desenvolvido pelas ferrovias, e a ideia do tema veio da tradição esportiva do município, além da paixão dos criadores pela área. No começo, o site publicava hard news e matérias de pré e pós-jogo. Conforme o tempo passou, o projeto cresceu e entrevistas exclusivas, notícias em primeira mão e furos de reportagem se tornaram o foco do veículo. O profissional conta que a experiência foi importante, inclusive, para a construção de seu portfólio: “as pessoas já conheciam meu trabalho e isso foi fundamental para que eu ocupasse alguns cargos que eu ocupei”.

Bruno relata que um dos maiores desafios dessa etapa foi começar um portal de notícias do zero. No entanto, sempre teve apoio dos pais, que não tiveram acesso ao Ensino Superior e, por isso, apoiavam o filho, desde a escolha do curso até os momentos profissionais mais desafiadores. Dentre eles, sua saída da TV Prevê, local de trabalho em que se sentiu mais realizado e satisfeito enquanto jornalista, mas que, por outro lado, teve alguns pontos negativos.

A TV Prevê trouxe para ele “o prazer e a responsabilidade do trabalho no jornalismo”, conforme narra. Em contrapartida, a pressão dos deadlines apertados, o peso de coordenar a reportagem, no cargo de chefe de redação, e algumas discordâncias editoriais foram pontos que desequilibraram a balança e colaboraram para a saída de Bruno da empresa.

Além disso, lembra o jornalista, de cabeça baixa e com um olhar perdido, cobrir a pandemia de coronavírus, entrevistar médicos e enfermeiros da linha de frente do combate à doença e ouvir seus desabafos e anseios, receber ligações, em seu telefone pessoal, perguntando por tanques de oxigênio ou vagas em leitos de hospitais foram alguns dos episódios que marcaram o seu tempo na televisão. Fato é que foi um momento de muito aprendizado e de desafios, uma vez que o bauruense nunca imaginou trabalhar com jornalismo audiovisual por conta da timidez e do gosto pela escrita. Segundo compartilha, os antigos chefes reiteram que as portas estarão abertas para quando ele quiser retornar.

Bruno Ribeiro trabalhando de máscara durante a pandemia. (Foto: Divulgação/Instagram)

Ao receber o convite da equipe do Bauru Basket, que afirma manter relações há tempos, Bruno não pensou duas vezes em aceitar. Algo inusitado que aconteceu – e ainda acontece – é ser atacado nas redes sociais. Enquanto jornalista político, Bruno nunca recebeu qualquer tipo de agressão ou crítica; cenário que mudou quando voltou a trabalhar com esportes. O profissional relata que alguns comentários tiveram até que ser excluídos, tamanho o grau da ofensa, e que, infelizmente, essas interações têm considerável influência sobre ele.

Quando questionado sobre equilíbrio entre vida pessoal e profissional, afirma que a receita principal para evitar a frustração é “não colocar a principal parcela da sua identidade na sua profissão”, com intuito de transmitir que, além de jornalista, ele é filho, marido, amigo e pessoa. Assim, defende que a realização pessoal envolve outras esferas que não só a vida profissional. Bruno traz uma frase de seu pai: “quem nasce grande, é monstro”, quando fala das falhas e dos aprendizados. Ele deixa claro que faz parte do processo errar, corrigir e aprender.

Por fim, resume sua trajetória como “satisfatória”. “No sentido da realização, de que sei eu cometi erros que me geraram aprendizado”, destaca. O jornalista, ao falar de sua história, tem sempre um sorriso no rosto e um olhar que contagia. Em sua fala, transmite agradecimentos à família, à Unesp e a todas as oportunidades que bateram em sua porta.