Os dados são os protagonistas neste tipo de jornalismo mas não devemos esquecer o lado humano a ser explorado.
Por: Clara Yasmim Camara
Oficina de Jornalismo de dados (foto: autoral)
Nesta quarta-feira (25) a UNESP realizou uma oficina de Jornalismo de dados, mediada pela professora Liliane, uma pós-doutoranda em Comunicação e Práticas de Consumo que atuou 15 anos como jornalista. A oficina é uma das muitas atividades que estão sendo oferecidas na Semana de Jornalismo que está acontecendo do dia 23 de setembro ao dia 27 de setembro.
O Jornalismo de dados é introduzido como uma especialidade que reflete a importância dos dados na comunicação, apresentando fontes concretas quando se faz necessário. Se fazendo mais presente nas redações em 2005, uma vertente muito baseada em números e nas metodologias das Ciências Sociais.
Neste jornalismo os dados são os protagonistas, mas não podemos nos prender somente a isso, devemos explorar o lado humano do jornalismo também. Liliane ressalta como os avanços tecnológicos como a Inteligência Artificial ajudaram muito na praticidade do jornalismo de dados, agilizando as pesquisas e a produção de infográficos. Apresentando a LAI (Lei de Acesso à Informação) que preza pela transparência da informação.
Temos como apoio para o Jornalismo de dados a transparência ativa que vem por meio da publicação proativa de dados pelos portais públicos e a transparência passiva que são portais onde se pode fazer a solicitação de dados (como sites governamentais). A professora também ressalta a importância de criar nossas próprias bases de dados, dando visibilidade a pontos invisibilizados pela sociedade, pontos que não existem para a informação e não são valorizados.
Iluminar esses dados é um avanço ao jornalismo, fazendo com que ele se torne cada vez mais completo e inclusivo. No decorrer dos anos, a inclusão de novas categorias na coleta de dados fez com que as informações se tornassem ainda mais completas, abrangendo diferentes grupos de sexualidades, etnias e identidades de gênero.
Um passo importante para a produção da matéria prima do Jornalismo de dados é a decupagem, separar o que será útil das informações não tão relevantes. A escolha do gráfico que fará a representação dos dados é essencial, as cores e os formatos podem ser fundamentais para o compreendimento da informação.
A oficina conta com uma prática de Flourish, uma plataforma gratuita de gráficos interativos. Ter uma plataforma como essa torna o Jornalismo de dados mais acessível e dinâmico uma vez que com acesso a internet qualquer pessoa pode fazer um infográfico e reunir dados da própria região.
Apresentar novos âmbitos do jornalismo abre portas para futuros jornalistas cobrirem áreas diversas. Coberturas mais abrangentes aguardam para serem exploradas no futuro, facilitando a diversidade nas matérias jornalísticas e diminuindo as áreas não exploradas e iluminadas pelo atual jornalismo.
