Unesp de Bauru recebeu jornalistas egressos da faculdade para conversa sobre jornalismo político
Por Ana Luiza Oliveira
Na última quinta-feira, dia 26, a sala 17 da Unesp de Bauru foi ocupada para a nova dinâmica que estreou este ano: o diálogo especializado. Nesse caso, estiveram presentes os jornalistas Lidiane Oliveira e Nelson Itaberá, os quais completam, respectivamente, 20 e 32 anos desde a formação pela Unesp e foram os convidados para tratarem sobre jornalismo político na semana do curso.
O evento, que começou na segunda, 23, é organizado por uma comissão dos próprios discentes com o intuito de reunir alunos, docentes, egressos e jornalistas para discussões em torno da profissão. São oferecidas, então, mesas redondas, oficinas e, a partir desta edição, os diálogos especializados – em que temas específicos da carreira foram discutidos junto com profissionais especialistas em cada área.
A conversa sobre jornalismo político foi com a jornalista formada pela Unesp e pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, Lidiane Oliveira, e o, também unespiano, jornalista Nelson Itaberá, que foi editor de política no Jornal da Cidade por 20 anos. Atualmente, ambos trabalham na TV Câmara da cidade do centro-oeste paulista e atuam juntos atualizando a população sobre os trabalhos legislativos e possibilitando o acesso à prestação de contas dos mandatos parlamentares.
Para Lidiane Oliveira, o impacto do assunto com o qual trabalham na vida das pessoas as vezes passa despercebido. É preciso, por isso, “entender a importância e a amplitude do que é falar sobre política, está no nosso dia a dia, no dia a dia de todo mundo”, de acordo com ela. Foi nesse sentido, inclusive, que caminharam os primeiros momentos do diálogo, quando os convidados puderam comentar sobre como a imprensa tem forte relevância e pode influenciar os rumos da política.
Apesar da análise positiva sobre o jornalismo no meio legislativo, logo o debate avançou para a temática das mudanças que a profissão tem sofrido com as inovações tecnológicas recentes e como isso afeta a área em questão. “É um momento de transição e a gente precisa sobreviver. A gente é um barquinho remando no meio do oceano”, comentou Lidiane.
A necessidade de se manter atualizado e a evidente multiplicidade de funções que um jornalista passou a ser responsável tornaram-se exigências no mercado atual. Sobre a transição, a jornalista observou: “Bauru já teve dois jornais impressos com redações lotadas com 40, 50 repórteres, e hoje a gente tem um jornal com um repórter de política, um outro faz tudo e um outro que fecha a porta e apaga a luz”.
O novo formato de discussões da Semana de Jornalismo tinha como principal objetivo aumentar a participação e, consequentemente, a troca entre alunos e convidados. Diante disso, dúvidas foram sanadas durante todo o diálogo e, uma delas, foi sobre as vivências de Lidiane Oliveira, como mulher, no meio político.
“O ambiente político já é por concepção mais masculino, masculinizado e machista. É um espaço ocupado muito mais por homens do que mulheres e isso acaba refletindo até na quantidade de homens e mulheres cobrindo política. Tem mais homens cobrindo. Isso é um desafio diário”, explicou.
Não só sobre as próprias experiências, os palestrantes também conversaram sobre o futuro da profissão e deixaram dicas para os discentes que participaram. À eles, Lidiane deixou o conselho de que no jornalismo é importante “não ter preguiça de ouvir pessoas e não ter preguiça de falar com todo tipo de pessoa em qualquer lugar que você vá”.
A Semana de Jornalismo de 2024 se encerrou na última sexta-feira (28) com a mesa sobre “Comunicação nas redes: a ascensão de novos formatos”. A próxima edição do evento acontece ano que vem, em 2025, e mais informações poderão ser encontradas no instagram oficial do curso (https://www.instagram.com/jornalismounesp).
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