Egressa da Unesp Bauru, a jornalista retornou à instituição para um diálogo durante a Semana de Jornalismo de 2024 e falou de sua trajetória profissional até os dias de hoje

Lidiane Oliveira (Foto: Geovana Menussi)
Por Geovana Menussi e João Pedro Coelho
Formada em Comunicação Social-Jornalismo pela UNESP Bauru, pós graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, e atualmente coordenadora de programação e apresentadora da Rádio e TV Câmara Bauru, a jornalista retornou à universidade, na última quinta-feira (26), para um diálogo sobre Jornalismo Político
Lidiane participou de um dos Diálogos da Semana de Jornalismo 2024, que são novas propostas a fim de que os alunos possam entender melhor sobre as áreas especializadas da profissão. Durante a conversa, a jornalista comentou sobre sua trajetória na carreira e particularidades do campo político do jornalismo.
A jornalista contou como inicialmente tinha outras ambições para a profissão. Pensava ter mais aptidão para a área da cultura, já que adorava escrever. De início, teve a oportunidade de trabalhar na Rádio AuriVerde, onde foi introduzida ao formato ‘ao vivo’, já realizando coberturas políticas.
A partir dali, descobriu seu amor pela rádio e trabalhou também em uma produtora de vídeo, na Rádio 94fm e fez freelances como colunista e assessora de imprensa. Até que em 2012 entrou para a TV Câmara, onde logo foi nomeada coordenadora da Rádio Câmara.
Ao ingressar como coordenadora da Rádio, relatou que foi necessária uma especialização na área de gestão de pessoas, pois não tinha experiência alguma. O que fez surgir em seu currículo um Master in Business Administration (MBA) em Gestão Estratégica de Pessoas pela Universidade do Sagrado Coração (USC). Assim, segue no cargo até hoje.
Lidiane Oliveira e Nelson Itaberá durante diálogo sobre jornalismo Político na Semana de Jornalismo de 2024 (Foto: Geovana Menussi)
No diálogo, a jornalista comentou também sobre a presença feminina no Jornalismo Político, o que para muitos, ainda é considerado tabu. Relatou que, quando começou sua trajetória na TV Câmara, eram apenas três mulheres em um meio majoritariamente masculino, composto por homens brancos, na faixa dos 50 anos, casados e cristãos.
Não é de hoje que a subestimação das mulheres na política é um problema que tem raízes nas desigualdades de gênero presentes na sociedade. Apesar de avanços significativos na representatividade feminina na área, as mulheres continuam enfrentando diversos desafios e barreiras que limitam seu desenvolvimento profissional e o reconhecimento de suas capacidades. Na conversa, Lidiane apontou que já passou por diversas situações de assédio e machismo, e aconselhou as estudantes que desejam ingressar na área: “vocês precisam se impor. Como? Com distanciamento, trabalho e credibilidade”, ressaltou.
Durante a mesa, houve também debates sobre o papel do jornalista e especialização dos profissionais. Lidiane ressaltou como hoje é de suma importância que o jornalista diversifique seu conhecimento em diferentes áreas, mas que mesmo assim a tendência é o crescimento cada vez maior do jornalismo especializado. “É importante o jornalista estar ligado no que está acontecendo, mas com a internet e as redes são infinitas as possibilidades”, comentou.
A respeito do campo político do jornalismo, Lidiane destaca seu papel e importância para a sociedade. Ela contou como é a partir do trabalho jornalístico que surgem as denúncias, divulgações e novas informações sobre temas de relevância pública. “A imprensa tem um papel fundamental”, complementou.
Além disso, realçou o papel da própria TV Câmara para a comunidade local, como um veículo que busca facilitar o acesso às informações mais complexas. “Na TV Câmara a gente busca trazer os termos e processos desconhecidos e torná-los mais simples e compreensíveis para a população”, explica.
A jornalista finalizou sua fala afirmando sua paixão pela profissão e contando que não se vê fazendo outra coisa. “Eu vejo sentido no que eu faço. Eu entendo que isso [jornalismo] serve de alguma forma para auxiliar na vida de alguém, para informar alguém, para tornar uma pessoa mais consciente”.
