Natália Viola compartilha suas experiências e técnicas na oficina que explora a arte da fotografia móvel, destacando a estética em preto e branco.
Por Raul de Lara Gomes da Silva
Na última semana, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) sediou a tão aguardada Semana de Jornalismo, um evento que promoveu uma série de atividades voltadas ao aprofundamento das práticas jornalísticas contemporâneas. Entre as diversas oficinas oferecidas, destaca-se a “Mobgrafia: Fotografia Com Celular em Preto e Branco: Da Captura ao Tratamento”, conduzida no dia 25 de setembro pela doutora em Comunicação e especialista em fotografia artística Natália Viola. A oficina aconteceu na sala Foto Lab e atraiu estudantes curiosos em explorar a fotografia móvel, especialmente no formato preto e branco.
Durante a atividade, os participantes tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a prática da mobgrafia, conceito que une “mobile” e “fotografia” e refere-se à prática de capturar imagens utilizando dispositivos móveis, tendo suas raízes na evolução da fotografia digital e na crescente acessibilidade desses equipamentos que democratizaram o acesso à fotografia.

Natália começou a oficina destacando a importância histórica da fotografia, desde suas origens com a captura em preto e branco até a evolução das técnicas que conhecemos hoje. “A fotografia, em sua essência, é uma forma de registrar a realidade, mas sempre passa pelo olhar e pela interpretação de quem a cria”, afirmou. Com essa premissa, ela incentivou os participantes a enxergarem a fotografia como algo que vai além da simples captura de imagens, apresentando-a como uma forma de contar histórias e transmitir emoções.
Além disso, a oficina trouxe à tona a importância dos grandes mestres da fotografia em preto e branco como Ansel Adams e Sebastião Salgado, destacando suas técnicas e o impacto social de suas obras. “Eles nos mostram que a fotografia em preto e branco pode transmitir profundas emoções e narrativas sociais, desafiando o espectador a olhar além da superfície”, explicou.

Durante o evento, Natália abordou a importância da composição, luz e textura na fotografia em preto e branco. “A ausência de cor nos força a olhar mais profundamente para os elementos fundamentais da imagem, como formas, contrastes e expressões,” ressaltou, explicando como essas imagens podem se tornar atemporais e evocativas.
O uso de aplicativos de edição, como o Snapseed, foi outro foco da atividade. Natália explicou como esses recursos podem transformar uma fotografia comum em uma obra de arte. “Os smartphones de hoje possuem capacidades incríveis, e dominar essas ferramentas é essencial para qualquer fotógrafo contemporâneo. Hoje, a fotografia é mais do que capturar um momento; é uma forma de diálogo com o mundo,” enfatizou.

A atividade buscou não apenas a compreensão teórica, mas também a aplicação imediata dos conceitos discutidos. Um dos momentos interativos da oficina ocorreu quando os participantes foram incentivados a colocar em prática o que aprenderam, saindo da sala para capturar imagens ao ar livre.
As fotos tiradas foram analisadas em grupo, recebendo feedback construtivo sobre suas escolhas estéticas e narrativas. Logo após, com orientação de Natália, os participantes fizeram o tratamento das fotos utilizando o aplicativo Snapseed, e aprenderam a converter fotos coloridas em preto e branco, além de aplicar técnicas de edição que enfatizavam contraste e textura.
Com a crescente relevância da mobgrafia na cultura contemporânea, a oficina ministrada por Natália foi um espaço para o aprendizado e a troca de experiências, reafirmando o papel da fotografia como uma forma de arte acessível a todos. Finalizando a oficina, Natália aconselhou: “pratiquem e experimentem, e lembrem-se: a beleza muitas vezes reside na simplicidade.”
