O segundo dia da Semana de Jornalismo pôs em discussão os desafios do trabalho especializado

Por Lucas Marengoni 

Entre os dias 23 e 27 de setembro, a Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC) da Unesp, Câmpus de Bauru, promove a Semana de Jornalismo. A programação conta com diferentes atividades, como oficinas, exibições de documentários, mesas-redondas e um novo formato para a edição deste ano: os diálogos especializados. O objetivo é proporcionar um debate mais direcionado à áreas de atuação.

Para tratar do jornalismo esportivo, na terça-feira, 24, esteve presente André Bastos. O jornalista possui longa experiência na mídia televisiva. Por quatro anos exerceu a função de repórter contratado da Redevida, esteve no cargo de produtor na EPTV Central e em 2021 assessorou o Grêmio Novorizontino.

Atualmente, se estabelece como narrador esportivo. Responsável por grandes coberturas, como os Jogos Olímpicos de Paris para a CazéTV, o convidado trouxe em sua fala a carreira, os desafios e as perspectivas neste campo da profissão.

O diálogo se iniciou por volta das 19 horas. Na abertura, o estudante de Jornalismo da universidade, Guilherme Murozaki realizou a saudação aos presentes e descreveu brevemente a trajetória de Bastos.
No início de sua participação, André agradeceu a oportunidade e a presença dos estudantes. Ao recapitular o processo de introdução no meio jornalístico, ele afirmou que a paixão pela comunicação e o esporte é algo que nutre desde a infância, e agora tem a oportunidade de uni-los profissionalmente.

O jornalista contou que, ainda durante a graduação, apresentou programas radiofônicos e integrou equipes de jornadas esportivas. O tópico conduziu uma conversa direta com o público, na qual foi possível estabelecer uma troca de experiências entre alunos que já desempenham alguma atividade de locução, como por exemplo a produtora de podcasts RUV, original do câmpus.

André reconheceu a importância de adquirir conhecimento e exercitá-lo na prática no decorrer da formação, pois, segundo ele, é o “momento de errar e aprender”.

A respeito da popularização das coberturas esportivas diante do avanço das mídias sociais, Bastos comentou para o Jornal Contexto sobre o diferencial que o jornalista possui.
“É de extrema valia que a pessoa que trabalha com comunicação saiba falar. É preciso uma boa oratória, que seja clara e objetiva nas falas dela, pois do outro lado você não está  falando para ninguém”, concluiu André.

Ainda nas especificidades do campo em que atua, o convidado ressaltou que a narração esportiva é uma função que demanda tempo de estudo. Bastos detalhou a rotina que envolve preparação vocal e pesquisa além das modalidades que cobre, por exemplo contextos históricos e região na qual ocorrerão os jogos. 

O jornalista também defendeu uma proposta de transmissão mais “educativa”, na qual ele busca facilitar o entendimento do ouvinte acerca do conteúdo. No que se refere ao potencial de uma narração competente e democrática, André declarou que “o esporte pode apaixonar as pessoas”.

No encerramento de sua participação, o convidado incentivou a “exposição” do trabalho que se realiza. De acordo com ele, mesmo que haja a competência, é importante que as suas produções sejam publicadas, vistas, para assim surgirem oportunidades. 

Em entrevista, André refletiu a respeito do futuro deste segmento no Jornalismo.
“Eu vejo coisas boas. Novas plataformas estão surgindo, mas a qualidade se mantém. A expectativa é que tenhamos cada vez mais profissionais e não se torne um nicho”, completou.

Deixe um comentário