Por Carolina Bordin
Batia 6h40 no relógio, hora de acordar. Tomei uma caneca de café com pó solúvel industrializado, troquei o pijama pela roupa já separada no dia anterior e desci para o ponto de ônibus. São 10 minutos a pé até lá, trajeto percorrido sempre em companhia de meus fones de ouvido que tocam algumas das 226 músicas da playlist na tentativa de me dar um gás para mais um dia longo na faculdade.
Enquanto isso, observo o movimento de trabalhadores em fluxo contrário ao meu, já que precisam subir a rua para chegar no aglomerado de lojas comerciais ou então no prédio comercial da empresa Paschoalotto, principal atração do bairro. É curioso observar cada um no seu ritmo, indo para sabe-se lá onde, uns com roupas mais informais, outros com peças mais leves. Caras geralmente fechadas, talvez por uma má noite de sono, ou será que não são felizes no que fazem? Modo automático acionado para outra jornada de trabalho, já que o chefe não liga para isso.
Chego no ponto e logo subo no ônibus que faz a linha Unesp-CTI. Lotado, como em todas as manhãs. Durante o percurso, ouve-se diversas vezes a campainha de parada, pois em quase toda esquina há alguém que precisa descer. Todos juntos, compartilhando o mesmo vento abafado que entra pelas janelas parcialmente abertas, no mesmo veículo, na mesma direção, mas que em algum momento se separam. Cada um desce onde precisa e toma seu rumo indo fazer aquilo que acordou decidido a fazer.
Engraçada essa diversidade. Às vezes, nossas vidas só deveriam se cruzar por aqueles breves minutos em movimento, em que um “bom dia” de um estranho melhorou meu dia por completo.
