Após a experiência bem sucedida com o EP Visceral, o cantor gospel José Jr. dá um passo importante em sua carreira ao lançar Das Coisas que Carrego Dentro, seu primeiro álbum.

Por Flávia Gracinda

Nas coisas que carregamos dentro de nós, há um pouco de cada pessoa que passou e das que permanecem em nossa vida. Esta poderia ser a síntese inspiradora das canções do jovem compositor gospel José Jr.

O músico mineiro, médico e, atualmente, residente em Pediatria, José Jr., que participou da escola de missões “Songs Five Global” e, desde então, ficou conhecido pelas canções “Yeshua” e “Amar como você”, volta ao mundo da música com seu primeiro álbum chamado Das Coisas que Carrego Dentro

Após o lançamento do álbum Visceral em janeiro de 2023, e com algumas músicas em processo de composição, José Jr. pensou em lançar mais um EP no final daquele mesmo ano, próximo do seu aniversário. Mas, ao mesmo tempo em que finalizava as cinco músicas para o projeto de então, o cantor acabou compondo outras canções. 

“Com o tempo, fui escrevendo outras músicas que conversavam entre si e aí foi crescendo e se tornando algo que eu falei ‘isso aqui está indo para outro caminho’. E aí eu abracei a ideia de lançar meu primeiro álbum”, diz.

José Jr. revela que tem um acervo enorme de canções, já que escreve desde os 14 anos, mas não utilizou nenhuma delas no novo álbum. O processo de produção deste projeto aconteceu de forma espontânea e todas as canções foram produzidas durante este último ano, o que o cantor considerou como algo atípico.

“Os outros EPs eram mais curtos, o processo era algo muito intencional, como em Visceral, que têm músicas que falam de um lugar de dependência extrema de Deus. Em Cantiga de Peregrino, [EP de 2020] que foi o meu primeiro, ele fala sobre essa jornada também, de peregrinar nesta Terra. Já esse álbum, foi uma construção atípica. Eu não conseguia ter uma visão holística sobre os temas que permeavam as canções”, disse o cantor.

O cantor gospel José Jr. (Foto: Bruno Araújo)

Para José Jr., as composições são como uma memória das fases de sua vida. Apesar da grande habilidade para escrever, ele procura respeitar o próprio processo. “Eu gosto que as coisas fluam de um lugar de verdade do que eu esteja passando”. Assim, quando o cantor volta a canções já lançadas, é como se fosse uma retrospectiva e ele retoma o sentimento ou a fase que estava vivendo naquele momento.

Ao parar para pensar sobre as expectativas para o lançamento, o mineiro responde: “A sensação é a de basicamente você mandar seu filho para a escola pela primeira vez”, e completa dizendo que “a produção de um álbum é também uma realização pessoal. É você olhar e se alegrar com o resultado. Mas também é o retorno das pessoas, a identificação das pessoas com a sua obra”.

Ainda que a ideia de produzir um álbum tenha surgido de maneira espontânea e as faixas, num primeiro momento, não terem passado por uma curadoria, José Jr. parou para pensar sobre a mensagem que gostaria de passar e concluiu que cada canção é muito específica. “Elas se comunicam, mas não se comunicam. Elas ornam, mas de forma individual também tem uma mensagem. Esse álbum é como se fosse uma munição de alegria”.

Ao refletir sobre a mensagem do álbum, José Jr. fala que lembrava muito da passagem do profeta Elias. “Elias na caverna recebia pão fresco para continuar na jornada, e é essa a mensagem que eu vejo nesse álbum, ‘ainda há muito para a jornada, então se alimente, se alegre e continue’. As canções são mais leves, não são tão profundas como em Visceral, então traz uma leveza para a jornada e a gente precisa disso para continuar”, diz.

Das Coisas que Carrego Dentro fala sobre o pouco que carregamos de cada um que passa pelas nossas vidas, dos nossos elos, afetos e da nossa fé. O álbum chega hoje a todas as plataformas de música.

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