O mesatenista paralímpico Claudio Massad fala sobre sua experiência nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
Por Luiza Lima

Aos 10 anos de idade, foi diagnosticado com a doença de Blount, que causa uma angulação da tíbia e deformação das pernas e joelhos. Também foi nessa época que ele conheceu o paradesporto. Nascido e criado em Bauru, a trajetória esportiva de Claudio Massad começou ainda criança, jogando futsal no SESI Bauru. Com o tempo, a descoberta do tênis de mesa acendeu a paixão pela modalidade.
Claudio revela que o amor pelo esporte, junto à dedicação em muitas horas de treino, o ajudaram a chegar no melhor aspecto tático, técnico, físico e mental durante sua preparação.
Com uma longa carreira multi-medalhista nos Jogos Parapan-Americanos, Claudio Massad ainda lutava pela sua primeira conquista em Jogos Paralímpicos. “Sinto a felicidade de uma luta de 27 anos treinando tênis de mesa, batalhando. Bati na trave em 2016, 2020, mas agora, em Paris, consegui a tão sonhada medalha. Foi um bronze muito duro de ser conquistado e que vale ouro para todos nós”, declara.
Para ele, a medalha de bronze significa que todo trabalho duro e dedicação valem a pena, quando nos esforçamos para realizar nossos sonhos.

OS JOGOS PARALÍMPICOS DE PARIS 2024
Mesmo com uma audiência recorde pelo Sportv 2, o paradesporto brasileiro ainda conta com a invisibilização por boa parte da mídia. A falta de apoio dos grandes veículos escancara a falta de reconhecimento dos resultados espetaculares dos paratletas brasileiros.
“As Olimpíadas tiveram transmissão em todas as horas. O paralímpico não. Então, de fato, precisa ter um pouco mais de consideração pela modalidade paralímpica. Afinal de contas, a gente ganha muita medalha para o país. A gente só vai ser um país ainda mais forte quando investir no paralímpico”, ressalta Massad.
O Brasil encerrou sua participação nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, no último domingo (8), contabilizando 89 medalhas. A campanha histórica da delegação do Brasil rendeu a quinta posição no ranking geral de medalhas, superando o sétimo lugar em Tóquio 2020.
Ainda sobre sua participação nos Jogos Paralímpicos, Claudião, como é conhecido, competiu ao lado de seu amigo de longa data, Luiz Filipe Manara, pela classe MD18. “Nós jogamos muito felizes, com muita alegria. Foi uma sinergia muito forte e reciprocidade que nos levou a conquistar a medalha para o nosso país”, ele destaca o diferencial da dupla.

Após a vitória que garantiu a vaga de Massad e Manara nas semifinais e a medalha de bronze, os companheiros de time protagonizaram uma das cenas mais emocionantes e vibrantes desta edição dos Jogos. Ao marcarem o ponto final, que consolidou a classificação por 3 sets a 1 contra os franceses, os brasileiros puderam, não só comemorar, mas extravasar – quase como um desabafo – depois de uma campanha com grandes batalhas. Claudio classifica esse momento como muito especial por ter possibilitado a realização de um sonho. “Parecíamos crianças, foi muito espontâneo”, complementa.

Claudio também agradeceu à torcida brasileira pelo apoio in loco e nas redes sociais. “Como eu sempre tenho dito, a gente joga por um país e pelos brasileiros. Vocês nos motivam demais a seguir em frente”.
O FUTURO DO ATLETA
Como um paratleta de alto nível, Massad já pensa em seus futuros desafios. “Tenho Uberlândia semana que vem, e mais alguns campeonatos ainda. Vou continuar treinando e jogando para representar o nosso país”. O TMB Platinum Brasileiro Interclubes Olímpico e Paralímpico, acontece no Praia Clube Uberlândia entre os dias 11 e 15 de setembro de 2024. A competição vale pontos no ranking nacional e pode ser acompanhada pelo canal da CBTM no Youtube.
Ele ainda confirmou a existência dos planos e metas para os Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028 e sua expectativa de participação. “Meu objetivo é esse. Vou trabalhar para conseguir a vaga e chegar lá bem preparado para jogar no meu melhor nível e lutar por outra medalha”, finaliza.
