O Jornal Contexto acompanhou de perto a cerimônia oficial.
Por: Júlia França
Na noite desta quinta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a 27° edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O evento ocorreu no recém reformado Distrito Anhembi, zona norte da capital paulista, onde a feira acontece até o dia 15 de setembro.
Acompanhado pelos ministros da educação, Camilo Santana, ministro das cidades, Jader Filho e da ministra da cultura Margareth Menezes, Lula anunciou políticas públicas de incentivo à leitura.
“São, neste primeiro momento, mais de 5 milhões e 500 mil exemplares espalhados pelo Brasil. Eu estava falando sério quando disse, durante a campanha, que queria um Brasil com mais livros e menos armas”. proclamou.
Ministros, Presidente e Primeira Dama assinando decreto (Foto: Ricardo Stuckert)
Em um discurso descontraído mencionando até goleiro do Corinthians, o presidente Lula defendeu a literatura como um direito humano, reafirmou o desejo de um Brasil com mais livros e menos armas, e declarou o ato de ler como um ato político.
“Ler é também um ato político. É um grito de liberdade contra todas as formas de arbítrio.”ressaltou.
Lula também relembrou como os livros foram seus companheiros na luta contra a solidão na prisão e afirmou que as obras Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves e Amor nos Tempos de Cólera, de Gabriel García Márquez, lhe fizeram companhia, sendo a última uma leitura que sua esposa Janja fazia para ele na época que estava preso.
“ Lendo, eu viajava para lugares distantes no tempo e no espaço. Nos 580 dias em que estive injustamente preso, eu compreendi que ler é ser livre.” afirmou.
Abertura da 27° Bienal Internacional do Livro de São Paulo (Foto: Júlia França)
Durante a cerimônia, o presidente assinou o decreto que regulamenta a lei 13.686/2018, da Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE). Conhecida como “Lei Castilho”, a lei estabelece que um Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) deve ser elaborado a cada dez anos. Dentro desse plano, os Ministérios da Educação e da Cultura devem trabalhar em conjunto para difundir o acesso à leitura no país.
Camilo Santana, Ministro da Educação, enfatizou a famosa parceria do Ministério da Educação com o Ministério da Cultura e autorizou o novo edital do Programa Nacional do Livro e do Material Didático, o PNLD equidade, com foco na diversidade brasileira. Ele também anunciou o aumento de R$ 50 milhões para a compra de acervos literários no Brasil.
Já o ministro das Cidades, Jader Filho, confirmou a presença de espaços de leituras e bibliotecas dentro dos novos conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo ele, a implementação ocorrerá em parceria com o Ministério da Cultura e com a Academia Brasileira de Letras.

27° Bienal Internacional do Livro de São Paulo (Foto: organização evento)
Com o lema “Quem lê faz grandes amigos”, a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo ocorre de 6 a 15 de setembro de 2024 no Distrito Anhembi. Os horários são das 09h às 22h nos dias de semana e das 10h às 22h nos finais de semana. No último dia, 15 de setembro, o horário será das 10h com entrada até as 19h.
Os ingressos estão disponíveis na bilheteria física da Bienal ou também na plataforma Fever.
