Fala de César Bolaño sobre comunicação e desinformação no último dia do evento ALAIC.

Texto de Guilherme Moraes e foto de Gustavo Mota.

Professor da Universidade Federal de Sergipe e listado entre os 10.000 cientistas mais influentes na América Latina, César Bolaño participou do painel sobre: A democracia e seus inimigos: Desinformação, corrupção, neofundamentalismo e desconfiança, no evento da ALAIC. Ao seu lado estavam os conferencistas Jair Vega, da Uninorte na Colômbia, a mexicana Lizy Navarro Zamora, da Universidad Autónoma de San Luís de Potosí e Juliano Domingues da UNICAP no Brasil. O educador da UFS leu algumas partes de um texto do pesquisador argentino Glenn Postolski e defendeu sobre a existência da verdade e que ela “não é relativa, e ela é do interesse da classe trabalhadora”

De acordo com ele, “a informação de massa é a máscara para a informação de classe”, pois a verdade é escondida e mascarada em razão de interesses particulares e cabe aos jornalistas e pesquisadores, desmascará-la e desvendá-la. Seguindo a mesma lógica, ele fala sobre a desinformação e prega que a comunicação é um mecanismo do sistema capitalista.

César Bolaño durante a apresentação

César Bolaño também cita o termo lawfare como uma prática que a direita e a extrema direita vem adotando no mundo. Essa expressão diz respeito ao uso ou manipulação de procedimentos legais como instrumento de combate e intimidação a um oponente. Ele ainda defende a teoria marxista sobre a prática do lawfare, de que se trataria de uma perversão do direito, uma ferramenta da burguesia a ser utilizada em um momento de crise nacional “visando a preservação do status quo em favor da classe dominante”.

Nesse sentido, o docente fala que a desinformação não é uma disfuncionalidade, mas pelo contrário, ela “cumpre funções essenciais no sistema de mediação social em determinado momento crítico do capitalismo” e que a comunicação é uma das esferas que fazem a manutenção dessa estrutura social.

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