Fernando Oliveira Paulino, presidente da ALAIC, mediando o painel

Texto e foto por Ana Laura Costa

Bauru, 21/08/2024. Na noite desta quarta-feira (21), ocorreu um dos painéis do XVII Congresso ALAIC, no campus da UNESP, em Bauru, e teve como tema os desafios, novas problemáticas e agenda pendente na comunicação latino-americana.

Foram ouvidos pesquisadores e representantes de associações de comunicação de diversos países da América Latina via Google Meet. Entre os participantes, Jenny Ampuero, representante da ABOIC, na Bolívia, levantando a questão de gênero na produção do conteúdo midiático na América Latina. Ela destacou em suas falas a importância de analisar as desigualdades de gênero no jornalismo e a falta de legitimidade em projetos femininos.

A palestrante reforçou a necessidade da criação de políticas públicas de investigação que visem diminuir essa desigualdade de gênero que ainda é significativa na América Latina, além da mobilização da comunidade acadêmica com a criação de laboratórios de inovação em comunicação que atenue a problemática.

“Se incrementarmos essas iniciativas podemos avançar na teoria da comunicação no contexto latino-americano e contribuir ativamente na equidade de gênero”, finalizou Jenny.

Gissela Dávilla, representante do CIESPAL, no Equador, enfatizou a importância da produção de conteúdo midiático em questões como as crises climáticas, de equidade de gênero e interculturalidades, e considera as inteligências artificiais uma nova forma metodológica de pesquisa.

A questão das Fake News foi levantada pela pesquisadora como algo de grande impacto na saúde das pessoas que consomem conteúdos por diferentes meios. “Estamos intoxicados por Fake News, isso prejudica a saúde mental das pessoas. Os jornalistas devem arcar com suas responsabilidades éticas do trabalho”.

Dávilla criticou a falta de mudanças nas matrizes curriculares no Jornalismo. “Não se produz nem consome comunicação como em 15 anos atrás, e há matrizes não só no continente, mas no mundo, que ainda não se atualizaram. Isso impacta diretamente na produção científica em comunicação”.

A pesquisadora destacou como um ponto importante pendente de resolução a criação de políticas públicas éticas para, principalmente, a proteção da integridade de jornalistas, para que seja garantido o exercício digno e seguro da profissão. Isso através de campanhas ao redor do mundo com esse objetivo.

Patrícia Veja Jiménez, da Universidad de Costa Rica, na Costa Rica, apresentou os motivos que causaram as transformações na comunicação contemporânea, como o acesso à internet e a globalização, que impactou diretamente nos projetos em comunicação, na virtualidade das produções e em modelos de negócios.

Jiménez questionou se a informação em abundância implica na democratização do conhecimento, já que, por outro lado, ainda há lacunas de inclusão no meio. “Propõe-se novas estratégias para informar diversos públicos em diferentes plataformas existentes hoje em dia e uma reavaliação de paradigmas tradicionais dentro da comunicação, buscando abrir espaços para novas vozes e discursos que contribuam para o panorama comunicativo”.

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