Texto e foto de Letícia Cerqueira Santos

Bauru, 22/08/2024. Nesta terça-feira (22), durante a penúltima sessão do GT 2 do Congresso da Alaic (Associação Latino-Americana de Pesquisadores em Comunicação), João Pedro de Toledo Tozzi apresentou uma parte da sua pesquisa de iniciação científica com a presença de sua orientadora, Angela Maria Grossi.

O trabalho é intitulado como “as mídias digitais como ferramentas de ascensão das direitas radicais populistas”, mas, durante o congresso, a divulgação da pesquisa foi condensada ao estudo de caso específico da América do Sul e abordando o caso brasileiro, com Jair Bolsonaro, e argentino, com Javier Milei, como ilustração.

A apresentação foi introduzida pela professora Ângela, falando que os políticos populistas “se apropriam das mídias digitais para que possam ganhar ainda mais influência e para que possam conversar diretamente com o público, retirando-se das mídias tradicionais”.

Entre as semelhanças dos presidentes analisados, a pesquisa notou que ambos possuem o costume de divulgar uma suposta guerra cultural entre a elite e o povo e atacar verbalmente seus opositores. Por exemplo, Bolsonaro tem o costume de acusar o Partido dos Trabalhadores como uma elite corrupta.

Os dois também possuem um discurso agressivo e propensão a transformar as instituições, como o plano de Milei de fechar o banco central argentino.

João Pedro explica que a ascensão de  políticos populistas acontece em contexto de instabilidade democrática e, atualmente, utilizam das redes sociais para manter contato direto com o público.

“As mídias digitais são meios desintermedidos e anti establishment, ou seja, qualquer pessoa consegue se promover e estabelecer uma audiência sem uma mediação dos meios hegemônicos de comunicação, historicamente assegurado pelo jornalismo”, diz o palestrante.

Para concluir, João Pedro fez uma provocação: “considerando que a América Latina tem ciclos de governos autoritários e governos democráticos, é papel do jornalista divulgar discursos anti democráticos para que as instituições sejam mantidas”.

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