Para o professor Francisco Belda o jornalismo atualmente se vê em uma competição por atenção

O professor Francisco Belda durante sua apresentação

Texto de João Vitor Soares Fidelis e foto de Lucas Mello

No terceiro dia da XVII edição do Congresso da ALAIC (Associação Latino Americana de Pesquisadores da Comunicação), uma mesa temática abordou os impactos da automação, algoritmos e Inteligência Artificial (IA) na comunicação, reunindo especialistas para debater a regulamentação e a crítica ao uso da IA no jornalismo. Entre os participantes, o professor Francisco Rolfsen Belda, do departamento de Comunicação Social e do programa de pós-graduação em Mídia e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), trouxe pautas valiosas ao debate.

Durante sua exposição, Belda destacou que o jornalismo atualmente se vê em uma competição por atenção que não está alinhada com seu valor intrínseco: a veracidade dos fatos. “Estamos falando de IA, mas não resolvemos os problemas advindos das redes sociais e, com isso, a nossa dívida regulatória se acumula”, afirmou ele, enfatizando a necessidade urgente de regulamentação.

O professor classificou que “esse tipo de tecnologia não tem compromisso com a verdade”, destacando que a essência do jornalismo — a veracidade dos fatos — está ameaçada pela priorização de métricas de engajamento pelas IAs, que frequentemente desconsideram o valor da informação verdadeira.

Ele ainda criticou a situação atual, onde se pode observar uma “indústria em frangalhos”, destacando a importância de se estabelecer uma política cidadã de comunicação que considere as implicações éticas da IA.

Belda concluiu sua fala com uma reflexão preocupante: “Se não trouxermos o jornalismo como ator relevante para a credibilização dessas tecnologias, perderemos o controle.”

O debate levantou questões cruciais sobre o papel do jornalismo em um cenário cada vez mais dominado pela IA e os desafios que isso representa para a comunicação contemporânea.

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