Aconteceu nesta terça-feira, durante o XVII Congresso Latino Americano de Comunicação (ALAIC), no campus da Unesp Bauru, o 4° Grupo Temático de Comunicação e Educação do evento. Durante as apresentações, houve um debate acerca de novas ferramentas para a educação no contexto social em que vivemos.
Texto e fotos de Sinara Martins
Bauru, 20/08/2024. A graduanda Heloisa Santeli exibiu sua pesquisa acerca do tema “Uma reflexão sobre o uso do TikTok na educação”, seguida pela apresentação de Leonardo Maciel e Manassés de Moura na temática “Consumo e performances do funk: o impacto da música pop periférica no contexto escolar”.
“Se usado da maneira correta, o TikTok é uma poderosa ferramenta na educação, uma vez que tem potencial de aprendizado dinâmico e inclusivo, gerando acessibilidade e democratização do conhecimento”, afirma Santeli.
É importante ressaltar que a rede social, somada aos elementos do fácil acesso pela tela do celular, combinada com os algoritmos e o acesso infinito de conteúdos, torna-se vantajosa para a criação de comunidades de aprendizagem.
Entretanto, a estudante também ressalta dos seus desafios: ”em um ambiente que qualquer pessoa posta o que quiser, é necessário curadoria de conteúdo, verificação de qualidade e atenção ao potencial de distração que a rede oferece”.
O mesmo atributo de parceria na educação ocorre com o funk, que se torna um ótimo instrumento para o aprendizado, quando observado como objeto midiático e importante mediador para expressões artísticas, assim como o rap e hip hop.

Leonardo Maciel e Manassés de Moura no Congresso da Alaic
Ao argumentar sobre os atributos do gênero musical no ambiente escolar, Leonardo Maciel explicou que “a escola é um espaço contínuo da sociedade, que se relaciona com o cotidiano”. Ele explicou também que “o ritmo das batidas ajuda na corporeidade musical, que pode ser abordada nas danças escolares e até mesmo como ajuda ao entender a matemática, substituindo as letras por fórmulas”.
O apresentador Manassés de Moura completou dizendo que “em uma visão colonizada, conservadora e elitizada, o funk ainda enfrenta inúmeros desafios no ambiente acadêmico, pensando também que é utilizado para contar vivências e desafios da população periférica”.
Moura também afirmou que “entender a escola como um espaço contínuo da sociedade, que se relaciona com os estudantes é de extrema importância”. Ele acredita que “encontramos no funk a ressignificação de práticas sociais como expressão da própria juventude enquanto instrumento para narrar interação social”.
Por fim, o graduando provoca o questionamento: “não seriam essas temáticas populares, em um país altamente desigual, que (des)organizam especialmente as diferenças fixando-as como igualdade?”.
