Durante a mesa temática no XVII Congresso do ALAIC a professora e pesquisadora Cicília Peruzzo reforçou a ligação de Paulo Freire com a área de Comunicação.

Texto de Maísa da Silva Bornato e foto de Vitor Cocito

Bauru, 20/08/2024. Após a abertura do XVII Congresso do ALAIC,  na manhã desta terça-feira (20), a Mesa Temática: Pensamento Comunicacional Latino-Americano – Diálogos com Paulo Freire,  trouxe a professora e pesquisadora Cicilia Krohling Peruzzo. Em sua apresentação, Cicília evidenciou a importância da pesquisa na área de Comunicação, e em sua análise utilizou-se de dois aspectos de Freire para defender o pensamento da Comunicação latino americana.

Para explicar o primeiro aspecto, ela expõe as pesquisas de Luis Ramiro Beltrão, que ao perceber a  visão da influência de pesquisa estrangeira na América Latina, defende a não importação de modelos de fora para as pesquisas científicas. 

“Ele dizia ser contra a essa reprodução, dizia que a pesquisa em comunicação, para conhecer a realidade da América latina e contribuir para o desenvolvimento do Campo, teria que descolonizar-se da ciência dominante e adotar novas perspectivas de análise”, ela ainda relacionou esta defesa de Beltrão com a ideia de Freire que é  “o agir sobre e desde a realidade”, reforçando a importância de ampliar os métodos de pesquisa latino americana. 

Outro aspecto levantado por Cicília é “tomar o investigado como o sujeito do acontecimento”, em uma relação da visão positivista da ciência e a defesa de uma pesquisa alternativa. A pesquisa de Freire vai ao encontro  do desenvolvimento nas práticas de comunicação popular, explica Cicília Peruzzo. 

“A comunicação horizontal, aquela que se realiza em um movimento de contexto social de comunidades, é uma pesquisa em uma subárea do conhecimento comunicacional, que desenvolveu um sentido bem latino”.

Mesmo que a ideologia de Paulo Freire seja ligada à educação, ele se mostra presente na área da Comunicação, por falar diretamente com as formas de diálogos. A professora Cicília finalizou sua apresentação reforçando que “as pessoas realmente participam do fazer comunicacional, ao agir sobre a realidade para transformar”.

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