Completando 10 anos em 2024, o clube já é bicampeão continental

Por Guilherme Barbeito

No final do mês de maio, o Magnus Futsal conquistou pela segunda vez a Libertadores, o maior troféu sul-americano da modalidade. O torneio aconteceu na Argentina e encerrou um jejum de nove anos desde o último título continental.

Para chegar à Libertadores, o clube de Sorocaba-SP precisou percorrer um longo caminho. Foram necessários os títulos consecutivos do Campeonato Paulista, da Copa do Brasil e da Supercopa do Brasil apenas para garantir a vaga entre os 12 times que disputaram a competição. Isso foi possível graças a um grande investimento feito pelo patrocinador máster, a Magnus, nos últimos dois anos, trazendo nomes de peso como o ala Dieguinho e o goleiro André Deko em 2023 e 24, respectivamente.

Dentro da Libertadores, o trajeto continuou árduo. Após uma fase de grupos com 100% de aproveitamento e 14 gols em apenas 3 jogos, o Magnus viu pela frente um grande rival brasileiro, o Cascavel. A equipe paranaense era atual bicampeã continental e trazia na memória uma vitória por 6×0 sob o rival na final da Liga Nacional em 2021. Em um jogo muito disputado, a equipe sorocabana esteve atrás do placar duas vezes, mas, o pivô Charuto marcou no último minuto e virou o jogo para 3×2, colocando o “cachorrão” na semifinal.

Segundo Charuto, este confronto já era esperado e por isso o Magnus veio preparado para esse duelo. De acordo com o pivô, que foi artilheiro da competição, a classificação heroica por 3×2 deu a confiança necessária para o restante da competição. “Nós sabíamos que se passássemos do Cascavel, seria difícil tirar esse título de nós”, afirmou em entrevista ao Jornal Contexto

Charuto é marcado pelo ala Gabriel Pereira (Foto: Guilherme Barbeito/Jornal Contexto)

Na semifinal, o Magnus não demonstrou muita dificuldade para vencer o Independiente Barranquilla-COL por 5×0. Os gols foram marcados por Leandro Lino, Joãozinho, Mendonça, Rodrigo e Pepita.

Chegando à grande final, os brasileiros enfrentaram os argentinos do Barracas Central, que jogava como mandante. Com gols de Rodrigo, Pepita e um doblete de Charuto, o Magnus calou o ginásio ‘Tortuguitas’ e venceu o time da casa por 4×2, decretando assim o bicampeonato depois de 9 anos.

O torneio era a grande meta da equipe para celebrar os 10 anos do projeto iniciado em 2014. Ricardinho, treinador do Magnus, revelou ao Jornal Contexto as diferenças entre os títulos de 2015 e 2024. Ele era jogador da equipe sorocabana quando conquistaram a Libertadores há 9 anos atrás, no entanto, revelou que esta conquista foi muito mais difícil do que a primeira. “Mudou muita coisa de lá pra cá. Enquanto jogador, eu me preocupava muito com o meu desempenho individual, agora como treinador tudo passa pela minha mão, tenho que dar atenção à muitas coisas. Além disso, o nível das equipes sul-americanas melhorou, hoje o futsal brasileiro não é tão superior aos demais como era em 2015”, disse o treinador.

Além disso, Ricardinho também destacou que este ano havia uma pressão extra do patrocinador máster pelo título, uma vez que em 2015 o time sorocabano ainda não carregava o nome da Magnus, marca de ração para animais, mas sim da Brasil Kirin, do ramo de bebidas.

Ricardinho conversando com seus jogadores (Foto: Guilherme Barbeito/Jornal Contexto)

Outro que estava em ambos os títulos era Rodrigo, capitão da equipe em 2015 e 2024. Grande símbolo do Magnus, o “Capita” chegou ao torneio às vésperas de completar 40 anos e ainda sim foi um dos destaques, marcando gols importantes na campanha, inclusive na final. Rodrigo, que possui mais de um 1,5 milhão de seguidores nas redes sociais, contou ao Jornal Contexto que levou uma equipe para gravar um documentário sobre a campanha, isso antes mesmo do título. “Foi uma aposta, a internet vive muito disso. Eu banquei do meu próprio bolso e se desse errado teríamos que descartar tudo”, revelou o defensor.

Rodrigo em treino do Magnus Futsal (Foto: Guilherme Barbeito/Jornal Contexto)

Desde 2020, Rodrigo explora o ambiente digital como uma forma de se conectar com diferentes gerações. Ele conta que como capitão ele deve ser capaz de se comunicar com pessoas de idades muito distantes entre si. Para isso, decidiu aprender a se engajar com o público jovem através das redes sociais. Dessa forma, consegue entender a melhor abordagem para atingir pessoas dessa faixa etária.

João Tofa (à esquerda) conversa com Rodrigo (à direita) após o treino (Foto: Guilherme Barbeito/Jornal Contexto)

Com o título, o Magnus garante vaga para disputar o Mundial de Clubes. Ainda não se sabe o formato, participantes, local ou data para a disputa do torneio, mas, é fato que a equipe sorocabana vai disputar um campeonato de escala intercontinental ainda esse ano.

Enquanto não se descobre, o “cachorrão” concentra suas energias nos demais campeonatos. A equipe está em quinto lugar na Liga Nacional e busca uma melhor colocação para pegar adversários “mais fracos” nos play-offs. No próximo sábado, enfrenta o Marreco fora de casa em busca dos três pontos.

Deixe um comentário