Por lucas barbosa
Na tarde do último sábado, o América-RJ iniciou sua jornada no carioca A2 com vitória. O placar de 2 a 0 em cima do Petrópolis no estádio Giulite Coutinho não marcou apenas uma estreia positiva para a equipe da baixada fluminense, mas também a volta de Romário, 15 anos após sua aposentadoria.
A decisão de retorno aos gramados de Romário no começo foi controversa, já que ele é também presidente do clube, além de exercer suas funções políticas como Senador da República.
Em entrevista coletiva dias antes ao jogo, Romário disse que tentaria estar presente na grande maioria dos jogos que acontecerão no Vermelhão.
Para quem torce e está perto, a chance de ver um dos maiores jogadores brasileiros de sua história é incrível. Seu Nermo, nos seus 76 anos, onde apenas torceu para o Mecão, se diz orgulhoso e muito confiante que o Romário não apenas jogará, mas lutará pelo título.
“O baixinho jogando no Mecão é incrível, quando ele foi campeão aqui eu chorei com meu filho, se for campeão hoje eu vou chorar com meu filho e neto”.
Ronald Lincoln, repórter do GE que cobre o carioca, diz que ter Romário dentro de campo talvez não seja o maior reforço para o elenco do América. Entretanto, em uma questão de mercado é muito bom para a imagem do América para garantia de patrocinadores.
“O Romário já tem 58 anos, não consegue ter a mesma movimentação e velocidade dentro de campo, mesmo pensando nos últimos dias dele como jogador de futebol profissional em 2009, entretanto, essa movimentação do Romário trouxe muito mais visibilidade para o América, coisa que não acontecia há anos, conseguiu um patrocínio de uma casa de apostas, e trouxe consigo uma leva de jogadores que tiveram boas passagens pelo futebol nacional, então até aqui é positivo tudo que foi até ali feito por ele”.
O jogo do último sábado foi totalmente controlado pelo América, com grandes chances no primeiro tempo. Aos 18 minutos da primeira etapa, Digão recebeu no meio de dois zagueiros o passe de André e bateu na saída do goleiro.
O América continuou martelando até que, aos 39 minutos da segunda etapa, André recebeu cruzamento e bateu cruzado, aumentando o placar para o Mecão. A torcida gritava o nome de Romário na arquibancada, mas quem entrou realmente foi Romarinho, seu filho e agora companheiro de equipe, próximo ao final de jogo e com o resultado já garantido.
Romário ao lado do filho romarinho – Foto: André durão
O América conseguiu uma vitória importante nesse início de campeonato: três pontos importantes para um campeonato curto como a série A2 carioca.
Após o jogo, Romário falou com a imprensa, e disse que está feliz em sentir a sensação de estar de volta ao campo, que entende a decisão do treinador de não o colocar dentro de campo, e que se ele estiver bem fisicamente ele estará no Vermelhão sempre.
Para a torcida fica o sentimento feliz pela vitória, mas todos queriam Romário em campo, mesmo que por muito tempo. Seu Nermo é um deles: “Eu ainda quero que o Romário faça um gol aqui, e venha pra torcida, aqui todos os amam, o pai dele foi presidente e deu pra gente muitas alegrias, hoje ele é o presidente, e eu creio que vai ser igual ao pai, ano que vem estaremos na primeira, e vamos lutar pra chegar longe, eu acredito nisso, é bom de mais estar vendo tudo isso com meu filho e com meu neto, vou até comprar uma camisa 11 pra eles”,
A segunda rodada do América será fora de casa, contra a Cabofriense e o próximo jogo de Romário será, ao que tudo indica, no dia 01/06 contra o Artsul.
Ronald Lincoln diz que talvez Romário não participe de jogos, mas que é importante que ele esteja junto com o América, mesmo que em casa. “A figura Romário é lucrativa para todos, para o América, para os adversários, para os torcedores, e para a A2 por si só, pois é mais visualização, mais pessoas dentro do estádio, e ainda mais uma boa história que pode se formar com uma possível entrada dele em campo. Um gol de Romário, mais um título dele no América, ou mais, um título jogando com o próprio filho”, diz.
Agora é esperar a próxima partida do América, e torcer para que o Romário volte aos gramados de forma oficial, e que, se possível, balance as redes, para reviver a nostalgia dos bons tempos do futebol do baixinho.
Jornal Contexto 