Dia 17 de maio celebrou-se o dia de luta contra a homofobia. E no dia 02 de junho próximo acontece em São Paulo a maior Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ do mundo.
Por Ana Laura Costa
A tradicional Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ de São Paulo reúne cada vez mais pessoas durante os anos e, em 2023, chegou a mais de 3 milhões de pessoas presentes.
O evento, que acontece desde 1997, ocorrerá neste ano no dia 2 de junho na Avenida Paulista. A cada ano, o movimento apresenta um tema, e em 2024 será relacionado ao incentivo de discussões sobre a escolha de candidatos nas eleições que acolham as necessidades da comunidade e tenham políticas de diversidade e inclusão. “Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo – Vote consciente por direitos da população LGBT+” é o mote deste ano.
Pautas importantes como essa são discutidas a cada edição desse movimento, seja nas capitais ou no interior. A relevância para o combate à homofobia é evidente em cada uma delas.
Rick Ferreira, presidente da Associação Bauru pela Diversidade (ABD), ONG que trabalha desde 2008 pela promoção da diversidade e inclusão LGBT+ na cidade de Bauru – SP e que viabiliza as Paradas do Orgulho na cidade, explica a importância de promover esse tipo de evento.

“É importante para combater a homofobia, pois contribui para a conscientização, a sensibilização e a promoção do respeito à diversidade sexual e de gênero na sociedade”. O presidente da ONG destaca que o objetivo por trás de todo o movimento é “celebrar a diversidade, promover visibilidade e lutar por direitos e igualdade”.
A respeito de receber críticas de homofóbicos e pessoas preconceituosas, Rick Ferreira diz como a ABD lida com esse tipo de situação. “A organização geralmente responde com diálogo, educação e defesa dos direitos humanos, buscando promover a compreensão e o respeito mútuo”.
Experiênciae conquista
Mariana, de 17 anos, que frequentou as Paradas do Orgulho em seu estado, Paraná, descreveu a sensação ao estar presente no evento. “Senti liberdade, aceitação e felicidade”.
A jovem enfatiza a importância das Paradas do Orgulho. “Eu acho importante porque traz mais visibilidade e inclusão para essa comunidade, além de mostrar que não há problema algum em não seguir o “padrão” criado pela sociedade”.
Ela também destaca as conquistas que esse movimento trouxe e traz para a comunidade. “Através das paradas foi possível que muitas pessoas conseguissem se aceitar e lutar pelos seus direitos, como por exemplo o casamento e união civil entre duas pessoas do mesmo sexo”.
A parada em questão foi a de 2015, que teve como objetivo enfatizar a importância dessa conquista, a qual desde 2013, quando passa a valer a resolução n° 175 do Conselho Nacional de Justiça, permitiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Dia docombate à homofobia
No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a homossexualidade não podia ser considerada uma doença ou distúrbio, retirando-a da Classificação Internacional de Doenças. Depois dessa decisão, o dia 17 de maio tornou-se uma data memorável para a comunidade LGBTQIAPN +, fortalecendo a luta contra o preconceito.
Rick Ferreira enfatiza a importância da inclusão e da diversidade: “No Dia Internacional de Combate à Homofobia, que é celebrado em 17 de maio, é fundamental lembrar que todos têm o direito de ser quem são, sem medo de discriminação ou violência. Vamos juntos combater a homofobia e construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos”.
Mariana deixa um conselho às pessoas que possam ter dificuldades para se assumir e ter que lidar com preconceitos: “Nesse dia importante, destaco: não tenha medo de ser quem você é de amar quem você quiser, a vida é muito curta para viver preso em padrões estabelecidos pela sociedade tradicional que ainda na atualidade possui um pensamento homofóbico e ultrapassado”.
No Instagram da Associação Bauru pela Diversidade, em uma reflexão sobre o dia 17 de maio, a ONG analisa formas de diminuir o preconceito. “É fundamental que nos posicionemos contra todas as formas de LGBTfobia. Precisamos educar, conscientizar e promover o respeito em todos os espaços: nas escolas, no trabalho, nas famílias e na sociedade como um todo. Cada gesto de inclusão e empatia conta na construção de um mundo mais justo e igualitário”. E ainda reafirma: “juntos, podemos fazer a diferença e construir uma sociedade onde todos possam ser quem são sem medo”.
