Novas referências surgem, o mercado consumidor é cada vez maior, mas o Brasil segue longe de ser um país de ponta no basquete.

Por Pedro Almeida

A brasileira Kamilla Cardoso, campeã da NCAA e terceira colocada no Draft da WNBA.

O mercado da NBA e do basquete crescem ano a ano no país e deixam claro como a falta de investimentos atrapalharam o desenvolvimento do esporte por aqui. O Brasil jamais chegou a disputar uma final olímpica, ganhando o bronze apenas três vezes, a última delas em 1964. O maior feito foi a conquista do Pan-Americano de 1987, em que os brasileiros venceram os EUA, sendo liderados por Oscar Schmidt.

Em entrevista, o dono da página ‘Brasil Prospects Analyst’, Maicon Silva, apresentou perspectivas sobre o futuro do basquete brasileiro.

“A visibilidade das competições nacionais, além da influência cultural, gera uma exposição para o mercado internacional, onde inúmeros jovens conseguem oportunidades em ligas europeias e no ensino médio americano, para se desenvolverem ainda muito novos em um ambiente extremamente favorável”, disse.

Hoje em dia, vemos a ascensão de países com populações muito menores, como, por exemplo, Sérvia, Eslovênia e Grécia. Todos os citados possuem astros na NBA, tendo papel de referência para jovens do próprio país e no mundo todo. Na história das ligas americanas, nunca tivemos um brasileiro que foi estrela da liga, fazendo o país ‘órfão’ de ídolos.

Em 2024, uma virada de chave: o Brasil vive seu auge em público e tivemos a maior colocação da história no Draft, mecanismo que recruta atletas para entrar na NBA e WNBA. A brasileira Kamilla Cardoso (23), foi selecionada na terceira colocação do Draft da WNBA, chega como campeã do principal torneio do basquete universitário e será a principal esperança do Chicago Sky.

Kamilla sendo selecionada pelo Chicago Sky no Draft da WNBA – Foto: Sarah Stier/Getty Images via AFP

Maicon pontuou a importância do feito. “O que a trajetória da Kamilla estampa, além de orgulho para o Brasil, é o exemplo perfeito do ”nós somos capazes”. Mais do que falar ou imaginar, poderemos ver, ao vivo e a cores, uma brasileira atuando na elite do basquete feminino. Isso irá inspirar gerações”.

A jovem nasceu em Montes Claros (MG), e deixou o Brasil aos 14 anos para seguir seu sonho. No ensino médio, a jovem atuou na Hamilton Heights Academy, em Tennessee. Após terminar a escola, recebeu proposta da Universidade de Connecticut, onde foi caloura do ano, transferindo-se para o South Carolina logo após.

Para Maicon Silva, ver esses atletas brilhando nos EUA ou Europa é a melhor opção para o desenvolvimento deles. “Acredito que tenhamos que pensar em uma forma de tornar nosso ambiente propício para desenvolvê-los, pois mantê-los apenas por manter, é mais prejudicial do que benéfico para o esporte”, explica.

Esse pode ser o início de uma mudança de cultura no basquete brasileiro, podendo se tornar uma enorme potência mundial, já que a modalidade é cotada para ultrapassar o vôlei em esporte mais consumido no país daqui há alguns anos.

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