Chococorn and the Sugarcanes apresenta nesta sexta-feira o seu primeiro álbum, Siamês.

Por João Victor Fortuna

Os quatro integrantes da banda (Foto: Giovanna Rocha)

Os melhores amigos de Santa Bárbara do Oeste estão de volta, dessa vez com o tão aguardado projeto Siamês, para o deleite de toda a massa Emo Caipira. Após obterem a atenção da cena com as músicas Dom Bosco S.A e Boa Noite, Tunico, os jovens do interior de São Paulo pretendem mostrar o seu potencial total, com o seu primeiro trabalho extenso, serão 11 faixas que prometem cativar, emocionar e é claro divertir a todos os ouvintes.

Filipe (Vocal e Guitarra), Pedro (Vocal e Guitarra), Pietro (Vocal e Baixo) e Alexandre (Vocal e Bateria), adentraram o cenário do Emo Caipira como uma verdadeira tempestade, entregando energia, sentimento e transparecendo o poder da amizade, no fim das contas são quatro amigos que se amam ao infinito, se divertindo e fazendo um som. Siamês promete nos revelar mais sobre esses quatro rapazes, a conexão que existe entre eles, as mudanças que a vida proporciona e como eles lidam com isso.

A banda caminha já há algum tempo, entretanto nas palavras de Filipe, a Chococorn nasceu de verdade em 2021, com a entrada do baixista Pietro na banda e um evento que mudou a vida deles. “A Chococorn começou a ensaiar namoral, namoral mesmo no show do Halloween, com a entrada do Pietro. Apesar de eu já ter tocado para públicos incríveis em lugares incríveis, eu sempre lembro desse show de Halloween em Americana, o que a gente viveu aquele dia foi surpreendente, é um dos melhores dias da minha vida”.

Capa do álbum Siamês (Foto: Giovanna Rocha)

Filipe se abre sobre esse episódio que foi tão marcante e chave para a existência e sucesso da banda. “Esse show do Halloween foi o primeiro show da formação e foi o primeiro momento que eu senti a “parada”. Era um evento em uma chácara em Americana, um amigo meu estava organizando e ele colocou nossa banda para tocar, era um rolê para 300 pessoas, de ensino médio, tava tocando funk, logo a gente pensou que ninguém ia querer nos ouvir”.

Apesar desse primeiro momento de receio, os garotos superaram a adversidade e o resto é história. “A gente começou a tocar e a galera curtiu muito, tocamos vários covers e eu nunca tinha visto uma galera cantar junto assim. Começamos o show tremendo de medo e terminamos o show encharcados de cerveja, fazer show é a melhor sensação do mundo, esse show foi o que nos incentivou a chegar até aqui e tornou a banda tão importante”.

O vocalista reforça como a Chococorn é imprescindível para ele, ao ponto de afirmar que hoje o projeto é a coisa mais importante em sua vida. Pipe, como ele é chamado entre os amigos, entrega seu suor, sangue e lágrimas, para que o desenvolvimento do grupo possa rolar da melhor forma possível, mesmo que todo o processo seja desgastante. Ele bate no peito e garante que tudo vale a pena, os shows, gravações, composições e os outros trâmites, incluindo a gerência do Selo Quituts, ele faz com amor e um sorriso no rosto.

A vida adulta é repleta de transformações, transições e mudanças, com o Pipe não foi diferente. Após tantos anos compartilhando o dia a dia junto de seus amigos, ele se viu distante, vivendo em outra cidade, após ser aprovado em Relações Públicas na Unesp de Bauru. Dessa forma ele se encontra num período bastante agitado de sua vida, calouro na faculdade, prestes a lançar o álbum de estreia, porém isso não parece preocupá-lo, pelo contrário, ele parece estar aproveitando a vida em Bauru.

Portaria 1 da Unesp de Bauru (Foto: Alumni Unesp)

“Eu sou uma pessoa muito enérgica, é legal pois a vida aqui em Bauru é bastante movimentada, acontece alguma coisa o tempo todo e você tá sempre com alguma companhia, não é apenas a graduação, viver a universidade pública vai muito além, são os projetos, as festas e é claro, conhecer pessoas novas e fazer amigos. Foi o que sempre sonhei, quando criança meu filme favorito era Universidade Monstros, vejo muitos paralelos entre o filme e a Unesp”.

Pietro e Pedro também se mudaram para estudar em outras cidades, porém sempre que possível eles se encontram em Santa Bárbara, para matar a saudade e é claro, trabalhar no projeto da Chococorn. O bate e volta é desgastante, porém é esse laço, essa amizade que os abastecem com a força, para continuar com os shows, as gravações e poder desfrutar cada vez mais dessa aventura.

Pipe fala como é essa experiência de ter uma banda com seus amigos. “Ter uma banda é como se eu namorasse três caras, então a gente se relaciona muito, conversa bastante, tá junto o tempo todo, sai para rolê e nós somos muito amigos, a princípio a gente montou a banda pois somos amigos e a gente queria tocar junto, nunca foi só por amar a música e querer ser famoso, a gente queria tocar junto e zoar, até hoje é assim”.

“A gente quer se divertir fazendo um show em São Paulo, a gente quer se divertir gravando não sei o que, a Chococorn sempre foi e sempre será sobre se divertir com os amigos, essa é a essência da nossa banda, a essência é a amizade e é isso que eu tento transparecer. Não importa onde eu esteja, sempre que eu estiver representando a Chococorn, quero transparecer a amizade que sinto pelos meus amigos, quero que as pessoas que vão assistir meu show sintam isso e sejam meus amigos também”. 

Chococorn em meio a uma performance (Foto: Lucas da Silva)

Essa relação entre os rapazes é contagiante, ao ponto que se expandiu para a cena do Emo Caipira, um ambiente que exala boas energias, os grupos tentam sempre se ajudar e se apoiam na medida do possível, não só no meio da música, mas também em causas sociais, como a mobilização que ocorreu para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, catástrofe essa, que afetou diretamente diversas bandas, entre elas uma das mais proeminentes do cenário, Quem é Você Alice? Todos se uniram para tentar auxiliar nesse momento tão delicado.

Filipe conta que possui um laço incrivelmente forte com as suas bandas conterrâneas de Santa Bárbara, Feto e Império, eles possuem uma relação de amizade mesmo, de convivência, de estar junto, socializar. “A gente se entende, entende o que estamos vivendo, é um laço muito importante”. Porém essas relações se expandiram além da cidade natal dos rapazes e eles desenvolveram laços que foram estado afora e além.

“O Caru da Magnólia está lá em São Paulo e é muito amigo meu, é meu irmão, da gente viajar junto, é muito legal que a gente tenha essa experiência de amizade entre as bandas, hoje temos amizades pessoais que estão em outras cidades, como a Magnólia que já falei, Chão de Taco, além das amizades virtuais com a Quem é Você Alice, por exemplo, é intrínseco da Chococorn, a amizade, eu gosto de fazer amigos”.

Os rapazes fazendo pose (Foto: Giovanna Rocha)

Uma das iniciativas que demonstram todo o amor e a união que está presente nas entranhas da Chococorn, é o Selo Quituts, iniciativa dos quatro integrantes, para ajudar a cena a se expandir e florescer. São diversos grupos presentes no selo, entre eles a terra vai se tornar um planeta inabitável e Magnólia, o selo produz os projetos e lança para as plataformas digitais, como Pipe gosta de dizer “A Chococorn vai além de ser uma banda”.

Às vésperas do lançamento do álbum Siamês, Pipe revela um pouco sobre esse tão importante projeto. “Não dá para esperar algo parecido com o que já foi lançado, os singles que já lançamos, apesar de semelhantes, são diferentes, no final todas possuem a essência da Chococorn, no fim das contas vamos trazer um emo, com distorção, porém eu sinto que as músicas são diferentes entre si, mas com o estilo Chococorn”.

Ele finaliza. “Eu estou contente que não é um material “blocadão” do início ao fim, ele tem nuances perceptíveis e eu gosto disso e a banda gosta muito disso e esse era nosso foco. A mensagem que queremos passar… Está intrínseco na banda a amizade, então é inevitável, falamos sobre romance, mas no fim falar sobre amor é uma máscara para falar sobre outros assuntos, em Fiat Marea 2004, uma das músicas do álbum, falamos sobre amor, estar longe de uma pessoa, porém é uma máscara para falar sobre mudar de casa, fazer vestibular, o projeto tem um pouco dessa mensagem, sobre sair de casa”.

Arte promocional da turnê Siamês (Foto: Giovanna Rocha)

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