Cidade convive com os constantes alagamentos. Comerciantes são os mais afetados
Por Maria Fernanda Macoppi Bertolino
Chapas de metal para proteção contra alagamentos em lojas do centro (Fotos: Comerciante Larissa Gonçalves)
Nos últimos tempos, muitas enchentes vêm ocorrendo em diversas áreas da cidade de São Carlos, especialmente na região do centro urbano. “São Carlos é formada por várias bacias e a cidade cresceu sem planejamento, com a construção e a formação do centro da cidade praticamente dentro do Rio Gregório”, afirmou Jaime Antonio Barbosa, engenheiro civil e cidadão são-carlense.
Muitas regiões são afetadas pelo alagamento. Vila Prado, Lagoa Serena, CDHU, fórum cível, a região da rodoviária e a linha férrea próxima ao Shopping Iguatemi são as principais. “Naquele ponto [embaixo da linha férrea próxima ao Shopping Iguatemi] chegava muito mais água de chuva do que a capacidade de escoamento, a água ficava retida o que causava as enchentes”, explicou Jaime.
Mas o destaque está no centro. Ali, as enchentes destroem lojas e causam enorme prejuízo aos comerciantes. Por isso é comum ver chapas de metal instaladas nas portas fechadas das lojas para proteção quando a água sobe. Há sempre perdas de mercadoria, o que já levou muitos comerciantes a fecharem as portas.
O engenheiro civil Jaime Antonio Barbosa (Foto: LinkedIn)
Na busca por soluções, o engenheiro civil afirma que é importante a “limpeza de bueiros ou bocas de lobo”. Além disso, “a população não deve jogar sujeira nas ruas, isso pode entupir as bocas de lobo” causando, assim, o alagamento.
O entrevistado também disse que “temos que executar cacimbas”, que são reservatórios de água de chuva, nas regiões afetadas. Segundo sua explicação, toda a água da chuva é direcionada para esses locais, as cacimbas armazenam essa água e a dissipam para o subsolo.
No caso da chuva ser maior que a capacidade de armazenamento do reservatório, entra em ação o chamado extravasor. Este permite que a água extravase mansamente e de forma controlada para os rios.
Também é importante praticar a prevenção do problema, como iterou Jaime Antonio Barbosa ao citar novos bairros. “Nos bairros novos já temos que planejar esses reservatórios” para, então, “amenizar o problema das enchentes”.
Porém, as soluções não são permanentes. Obras contra enchentes devem ser constantes, já que, como pontuou o engenheiro de infraestrutura, “a impermeabilização do solo ocorre diariamente”.
E se há negligência por parte de políticos cria-se um grande obstáculo para manter esses alagamentos sob controle. Como reiterou o engenheiro Barbosa: não podemos deixar décadas sem olhar para esse assunto como foi feito pelos políticos que administraram nossa cidade no passado.
Jornal Contexto 