Por rodrigo volpato

O Ministério da Saúde incluiu 50 cidades do estado de São Paulo na lista de locais que serão contemplados pela ampliação da campanha de imunização contra a dengue. Porém, ainda não há data definida para o envio das doses da vacina. O estado contava até esta terça-feira(16) com mais de 600 mil casos confirmados, além de 305 mortes causadas pela doença.

Serão distribuídas, ao todo, cerca de 248 mil doses do imunizante ao estado, sendo 185 mil apenas para a capital. Após entregues ao estado, serão repassadas para os municípios, que devem cada um estabelecer seu próprio calendário e estratégia de vacinação.

Os imunizantes que serão enviados devem ser utilizados para aplicação de primeiras doses, e mais adiante, novas levas serão enviadas para completar o esquema vacinal, que é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.

Segundo a Secretaria do Estado da Saúde (SES), após um mês do início da campanha de vacinação, haviam sido aplicadas 26,9 mil vacinas ao todo. Porém, esse número contempla, nas cidades com doses disponíveis, cerca de apenas 34% do público-alvo de 10 a 14 anos de idade, que concentra a maior proporção de hospitalização pela doença.

Em entrevista, a doutora Glessy Ribeiro Caetano, médica que atua como servidora pública na cidade de Valinhos-SP, afirma que há um motivo para a baixa adesão à vacina da dengue.

“A campanha atual de vacinação não teve uma divulgação eficiente, tanto pelo número restrito de doses quanto pela falta de articulação a nível nacional da campanha. Para a maioria da população a Dengue não era vista até agora como uma doença grave o que também impacta no resultado ruim das campanhas, assim como muita desinformação a respeito das vacinas”, disse.

Além disso, sobre a campanha de vacinação, a Dr. Glessy afirma que “a divulgação pelos órgãos competentes deve ser mais enfática. O Brasil sabe como fazer uma grande campanha de vacinação, basta querer”.

Ao falar sobre o panorama da epidemia, a doutora diz que deve permanecer com grande número de casos nos próximos dias, mas que a médio-longo prazo esse cenário pode mudar.

“Com a conscientização da população sobre os meios de prevenção, os riscos da doença, a responsabilidade de cada um no controle do mosquito, maior participação nas campanhas de vacinação, mais opções de vacinas e aumento da oferta das mesmas para outros grupos teremos uma melhora
significativa do cenário atual”, comenta.

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