O cenário preocupante leva à criação de uma força-tarefa que atua na contenção dos casos através da prevenção. A iniciativa foi tomada pelo prefeito Gustavo Reis em conjunto com a RMC

Por Vitória Mendes

Agentes de saúde em ação (Foto: Ivair Oliveira, Prefeitura de Jaguariúna)

Em todos os municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), os casos de dengue só aumentam. Em Jaguariúna não é diferente. Desde o início do ano, os casos confirmados vem crescendo em uma velocidade alarmante e a situação passou a ser considerada como epidemia. Até agora milhares de pessoas testaram positivo para a doença viral.

Em uma tentativa de reverter a situação, Gustavo Reis, prefeito de Jaguariúna, decretou estado de emergência no âmbito da saúde no dia 7 de março. O decreto de número 4.666 ainda está vigente e permite que a Secretaria de Saúde utilize todos os meios possíveis, permitidos por lei, para atuar no combate ao vetor.

O assunto passou a ser prioridade máxima após a realização de uma reunião extraordinária de membros da RMC liderada por Reis. Nela houve a apresentação de propostas de combate à epidemia e a criação de uma força-tarefa. Em Jaguariúna, ela atua através de mutirões de visita a imóveis, onde são realizados a coleta de larvas e a aplicação de inseticidas.

Para que a força-tarefa apresente resultados é necessário a colaboração de todos, e esse é o maior problema, segundo a Secretaria de Saúde. Os moradores negam a entrada nos imóveis, portanto, os pontos de risco não são avaliados. Mas, de acordo com a legislação, fica permitido o ingresso forçado dos agentes em imóveis abandonados ou com entrada negada. E, pela dificuldade da situação, os agentes também são auxiliados com drones em áreas com acesso impossibilitado.

Para Rosa Ferreira Cavalcante Lima, moradora da cidade, o aumento dos casos se deve à falta de atuação da Prefeitura antes da epidemia. “Acho que eles deveriam pedir para limpar os terrenos baldios, que pode ter plástico, lixo, alguma coisa que possa acumular água também. Ou até mesmo colocar veneno, alguma coisa que pudesse eliminar [os mosquitos transmissores]”, comentou.

A fala de Rosa e de outros jaguariuneses foi ouvida e os mutirões aumentaram em frequência e área de cobertura. Mas, no cenário geral, a saúde pública está em caos. Na última apuração, em 17 de abril, o número de casos confirmados era de 3038, dos quais 26 são com sinais de alarme e 4 são graves. Também foi notificado o primeiro óbito por dengue desde a última epidemia em 2015.

Apesar disso, está prevista uma mudança no panorama. A força-tarefa foi responsável por garantir que a Secretaria Estadual de Saúde enviasse vacinas para os municípios da RMC, enfatizando a grande necessidade delas. No último dia 10, Jaguariúna recebeu 985 doses que estão sendo aplicadas em crianças de 10 e 11 anos. Assim, é questão de tempo até que todos os grupos sejam vacinados e a situação de emergência seja dissipada. Para mais informações sobre a vacinação entre em contato com a UBS mais próxima.

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