A gestão da cidade tenta reconstruir a sua imagem pública
Por Lucas Capodeferro Nonato
Nos últimos anos, a cidade de Bragança Paulista vem empregando uma série de reformas em seus centros turísticos e culturais. Antigas áreas de lazer, como o Lago do Taboão, o Jardim público, Lago do Orfeu, a Praça Raul Leme e a Concha Acústica, têm sido alvos de projetos de revitalização empregados pela prefeitura do município. E isso, somado a um incentivo publicitário, como a adoção da alcunha “A cidade poesia”, vem sendo a maneira com que a gestão da cidade tenta reconstruir a sua imagem pública.

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A cidade, antes conhecida como “a capital da linguiça”, já não quer mais ser lembrada por sua culinária, ou por ter sido um pequeno polo industrial no passado. Exibindo o título de estância climática, o município de Bragança, tem tentado se apresentar como um ótimo lugar para se viver, o que tem gerado medidas que, em grande parte, se mostraram do agrado dos moradores.
Contudo, se sairmos dos centros turísticos de Bragança e nos dirigimos a bairros mais periféricos e de menor concentração de capital, como a Planejada, Vila Davi, Iguatemi, Vila Mota, Lavapés, Vila Bianchi e outros, a opinião pública começa a oscilar.
Este é o caso de Francisco Alfredo Brito, morador do Bairro Vila Davi há mais de quarenta anos. De acordo com seu relato, a rua Estevão João do Carmo, em que mora, vem enfrentando o mesmo problema desde meados de 2005. A rua, assim como algumas outras do mesmo bairro, termina nas margens de um rio, e por ter um problema na captação do escoamento das chuvas, acaba pondo em risco algumas casas e moradias que sofrem com o processo de erosão.
Tendo trabalhado em construção civil, hoje aposentado, Francisco diz que as últimas duas reformas que foram feitas no local, não visavam a resolução do problema. Há alguns anos, a UPA daquela região enfrentava a mesma problemática, e a prefeitura teria feito a reforma adequada naquela parte do bairro. Neste ano, mais uma ação paliativa foi feita pela prefeitura, mas Francisco afirma que pensa que a ação só foi tomada, assim como outras ao longo da cidade, por estarmos em ano de eleições municipais. “Parece que essa cidade nem prefeito tem”, complementa ele.
Avô de três crianças, Francisco também se preocupa com a segurança dos moradores da rua, afinal, as péssimas qualidades da reforma, que já está, mais uma vez, se desgastando, já causaram acidentes à população. Como no caso de Raimundo Jucelino, de 71 anos, que há três anos escorregou na vala feita pela prefeitura e descolou alguns órgãos. “Ainda não me recuperei totalmente”, afirma ele.
