Visitantes podem tocar na pele… ou melhor, na escama de serpentes não venenosas
Por Júlia França

Experiência Mão na Cobra, do Instituto Butantan (Foto: Reprodução/LEEV)
Todas as quintas-feiras, às 14h30, dentro do Instituto Butantan, cerca de cinquenta visitantes corajosos desbravam uma aventura única: tocar na pele, ou melhor, nas escamas de serpentes. A experiência, conhecida como “Mão na Cobra”, oferece aos visitantes uma conexão direta com as muitas espécies de répteis.
A atividade, que recebe cerca de três mil visitantes por ano, segundo dados do próprio instituto, é totalmente segura. Para aqueles que têm certa apreensão, Fabiano Morezi, Tecnologista de Laboratório Sênior do LEEV, disse em entrevista ao Jornal Contexto que o contato é desenvolvido com espécies não venenosas.
“Os animais que fazem parte do plantel educativo do Laboratório de Ecologia e Evolução (LEEV) são espécies não peçonhentas e acostumadas ao cuidado humano”, ponderou.
Conduzida por especialistas do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan, a experiência permite que cada visitante fique com cada animal por um minuto. O instituto informou em entrevista que isso é importante para o bem estar dos bichos pois as cobras são animais ectotérmicos, ou seja, de sangue frio.
Para o visitante João Vitor Souza Modesto (18), ter a chance de entrar em contato com as serpentes é uma experiência única.
“A experiência de tocar em serpentes é algo muito singular, pois estamos falando de uns dos animais mais incríveis e fascinantes do mundo, que embora a maioria das pessoas tenha medo, se agirmos de maneira correta, respeitando os bichos, se torna algo muito divertido e cativante, ainda mais para mim que sou apaixonado por serpentes”.
Segundo o instituto Butantan, a ação tem como objetivo sensibilizar as pessoas sobre as cobras que sofrem preconceitos na maioria das vezes por falta de informação.
“Serpentes carregam tantos estigmas perante a sociedade humana. Além disso, podemos observar e discutir com os participantes, as impressões que eles têm sobre as serpentes, que podem ser extremamente distintas, como medo, repulsa, admiração e curiosidade. As pessoas que participam dessa proposta de sensibilização ambiental saem da atividade com conhecimento, maior empatia e compreensão pelos animais e prontas para disseminar os conteúdos adquiridos em seu cotidiano”, apontou Fabiano.
Vale relembrar que a experiência mão na cobra é totalmente gratuita mediante apenas inscrição prévia pela internet através do site do parque da ciência:
https://parquedaciencia.butantan.gov.br/agendamento/mao-na-cobra-e-outros-bichos
A ação ocorre todas às quintas feiras, às 14h30 dentro do Horto Oswaldo Cruz na sede do instituto Butantan, zona oeste de São Paulo. Por fim, vale destacar que a atividade é acessível para Pessoas com Deficiência (PCDs) e este público será atendido preferencialmente, por meio de apresentação de documento comprobatório.

Cobras ficam em exposição no Museu Biológico, do Instituto Butantan (Foto: João Vitor de Souza Modesto)
