Por Alice Burégio Portugal
Continuamente, escolas públicas de São Paulo tendem a apresentar uma estrutura precária, com paredes desgastadas, infiltrações, mofo, ventiladores quebrados, falta de luz em determinadas salas, mesas e cadeiras insuficientes, entre outras necessidades. Alunos que sofrem de doenças respiratórias têm seus casos agravados por conta do mofo e das possíveis infiltrações que possam existir. Na ETEC Professora Ilza Nascimento Pintus, de São José dos Campos, a situação não é diferente.
O diretor da escola, Samuel Alexandre, 42 anos, explica que as manutenções são feitas por conta da própria escola, e que a verba distribuída, muitas vezes, é insuficiente. “Queimou uma lâmpada, surgiu uma infiltração, é por conta da própria unidade escolar para entrar em contato com as empresas responsáveis”, afirma. “O ideal seria uma verba maior. Hoje temos algumas necessidades, como a troca de luzes, que não é possível fazer em todas as salas. Temos que fazer tudo parcelado, duas salas em um mês, depois outras em outro mês”.
O diretor ainda afirmou que o Centro Paula Souza fornece o DMPP (Despesas Miúdas de Pronto Pagamento) que ajuda no provimento de gastos diversos, com o intuito de atender as necessidades cotidianas de cada unidade. “Alguns meses o valor fornecido tem variações, não atingindo 6 mil reais no total, sendo disponibilizado apenas 3 mil reais para tudo. A escola tem que saber administrar bem o dinheiro, priorizar onde precisa de mais reforma e onde podemos deixar para o próximo mês”.

Sala de aula com ventilador quebrado na ETEC de São José dos Campos (Foto: Alice Burégio Portugal)
Alunos que estudam em escolas com estrutura precária, com mofo nas paredes, por exemplo, podem adquirir alergias ou até mesmo asma, impactando não somente o sistema imunológico, mas provocando doenças mais graves, como sinusites fúngicas ou pneumonia fúngica. O sistema imunológico prejudicado não degrada apenas a saúde física do estudante, como também a saúde mental, influenciando nos estudos e na rotina diária dos mesmos. Quando questionado sobre possíveis reformas, Samuel explica que é preciso um bom planejamento para dar conta de tudo.
“Hoje temos muitas coisas para fazer na escola. Precisamos de manutenções corretivas urgentes. E para tudo que precisamos, o orçamento não é suficiente”, reitera o diretor. “A direção vai fazer uma sugestão para APM (Associação de Pais e Mestre) com relação as manutenções corretivas, que irão ajudar a montar o planejamento de tudo que precisamos fazer”.
A escola frequentemente carece de orçamento satisfatório, recorrendo a rifas e festas para arrecadar dinheiro. “Fazemos festas e temos dias comemorativos, com a gestão trabalhando juntamente do grêmio estudantil para contribuir com a APM”, finaliza Samuel, evidenciando, mais uma vez, a insuficiência do orçamento disponibilizado em escolas públicas de São Paulo.

Infiltração e mofo na parede do corredor escolar na ETEC de São José dos Campos (Foto: Alice Burégio Portugal)
Serviço: Para saber mais sobre sinusite fúngica e pneumonia fúngica, acesse:
