“Valorizar as capacidades e respeitar os limites” é o tema do mês da campanha de conscientização do autismo
Por Gustavo Mota
O abril azul, um dos meses coloridos destinados a campanhas de saúde no Brasil, é voltado para trazer visibilidade para as pessoas sobre o transtorno do espectro autista (TEA).
Para entender mais sobre esta condição em crianças, a médica pediatra Maria Amélia Oliveira Melo Oyama, formada pela Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), explica que “o transtorno do espectro autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento, por manifestações comportamentais, pelo déficit na comunicação e pela dificuldade de interação social”.
Além disso, a médica explica que “padrões de comportamentos repetitivos e estereótipos podem apresentar um repertório restrito de interesse e atividades. Muitos pacientes apresentam seletividade alimentar importante”. Ela ainda completa dizendo que “a causa do TEA ainda é desconhecida”.
Segundo a médica, as consultas de rotina desde o nascimento são importantes, pois é nelas que se identifica essa condição nas crianças. “Podem aparecer sinais de alerta: a criança não mantém contato com olhar, não mostra interesse em brincadeiras próprias da idade, como, por exemplo, o chocalho, esconde-esconde, e não atende quando é chamada pelo nome”.
Ela ainda adverte que muitas vezes, principalmente em casos leves, o diagnóstico só é estabelecido por volta de 2 a 3 anos, através de teste e entrevista com os pais e/ou cuidadores.
Ela acrescenta dizendo que “mesmo sem um diagnóstico definitivo, é importante já iniciar as intervenções comportamentais (fonoaudióloga, psicóloga, nutricionista, terapia ocupacional) para amenizar as deficiências e dificuldades, aproveitando a neuroplasticidade dessa fase”.
Maria Amélia explica também que isso propicia “uma melhor integração da criança na vida em sociedade e que existem habilidades que se desenvolvem mais facilmente em certas fases da vida e, se não trabalhadas nesse período, podem ficar como sequelas para a vida toda”.
Com relação aos cuidados em casa, ela explica que “os pais têm papel fundamental no tratamento e acompanhamento dos pacientes. Precisam ser muito bem orientados, entender todo o processo do transtorno e das terapias, pois vão ter que executar as propostas terapêuticas”.
Por fim, Maria Amélia completa dizendo que “a incidência do TEA vem aumentando assustadoramente e a conscientização é necessária tanto para fazer o diagnóstico o mais precoce possível e iniciar as intervenções, para que a sociedade conheça as características de um paciente com TEA”. Tudo isso auxilia na inclusão dos pacientes na sociedade.
