por lucas rubim de mello

Desde 1988, a data de 11 de abril é oficialmente o dia mundial de conscientização sobre a doença de Parkinson. Instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), seu objetivo é esclarecer mitos a respeito da doença e conscientizar a população sobre as opções de tratamento disponíveis para que o paciente e sua família tenham melhores condições de vida.

Segundo dados da OMS, a prevalência de Parkinson na população dobrou nos últimos 25 anos. Estimativas globais do ano de 2019 apontam que cerca de 8,5 milhões de pessoas ao redor do mundo sofram com essa condição, e aproximadamente 1% da população mundial acima dos 65 anos possui a doença. No Brasil, estima-se que sejam cerca de 200 mil pessoas.

“É uma doença muito prevalente na sociedade, extremamente séria e degenerativa, que atualmente não possui cura”, revela o estudante de medicina Gustavo Giraldi Silva, que também é membro e presidente da Liga de Neurocirurgia Clínica (LINC-FCMS) da Faculdade de Ciências Médicas de Santos.

A doença de Parkinson, também chamada de mal de Parkinson, recebeu esse nome em homenagem ao médico inglês James Parkinson, o primeiro a publicar um estudo sobre a doença em 1817.

Trata-se de uma condição irreversível do sistema nervoso central, além de ser crônica e progressiva. “No caso do Parkinson, temos a morte de alguns neurônios que secretam a dopamina, que é um hormônio e neurotransmissor, que por sua vez é a forma como nosso sistema nervoso se comunica”, conta Gustavo.

Em relação à forma como a doença afeta o corpo, Gustavo diz que a morte dessas células acontece nos núcleos da base, região cerebral que tem as funções de controlar o movimento voluntário e a coordenação postural. “Quando nós temos a morte desses neurônios dentro dos núcleos da base, o paciente começa a apresentar essa clínica que é clássica do Parkinson, que é o tremor, rigidez e falta de postura”, revela o acadêmico.

A rigidez nas articulações é um dos sintomas mais comuns do Parkinson
Créditos: Freepik

Ainda sobre os sintomas, Gustavo relata que o paciente “começa a ter dificuldade de expressar a mímica da face, começa a ter tremor, rigidez nas articulações, a sentir alterações olfatórias e constipações. Nesse ponto o médico precisa vir e investigar a doença de Parkinson”, disse.

No âmbito do diagnóstico, o pesquisador ressalta que ele é feito em sua maioria de maneira clínica. “O diagnóstico clínico é onde o médico vai fechar a doença a partir dos relatos e dos sintomas que o paciente apresenta”, descreveu.

Para tratar a doença, são utilizadas medicações que visam suprir a falta da dopamina que o corpo deixou de produzir naturalmente, para que assim os sintomas sejam atenuados, e o paciente possa levar uma vida da forma mais normal possível. “O tratamento é em sua maioria com a Levodopa. De maneira artificial colocamos a dopamina naquele local onde está faltando a dopamina”, finaliza Gustavo.

É importante lembrar que o tratamento para a doença de Parkinson, assim como a medicação utilizada, são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para ter acesso, a pessoa deve procurar um profissional para fazer o diagnóstico, e poderá retirar sua medicação nas farmácias populares.

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