POR GUILHERME CORTE

Os partidos com ideais considerados de extrema direita vêm ganhando muita força em todo o mundo. Alguns dos exemplos mais recentes de representantes dessas ideias são o ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, o atual presidente da Argentina, Javier Milei, e Donald Trump, ex-presidente dos EUA e atual candidato à presidência do país norte-americano.

De acordo com o geógrafo Luís Proença, crises internas em uma nação e promessas de soluções rápidas, mesmo que radicais, são alguns dos motivos para a ascensão de partidos extremistas. “Crises econômicas, desigualdades sociais e medo da imigração têm alimentado o apoio a esses partidos. Além disso, questões culturais, como a preocupação com a identidade nacional e o sentimento de perda de tradições, também impulsionaram esses movimentos”, disse.

Luis ainda explicou que existe uma relação entre grandes portais midiáticos e empresas com a ascensão de partidos extremistas de direita. “Muitas vezes, essas empresas têm interesses econômicos específicos que podem ser favorecidos por políticas defendidas por tais partidos, como desregulação e cortes de impostos”.

Para o geógrafo, “os meios de comunicação controlados por essas empresas podem influenciar a opinião pública em favor desses partidos, moldando a narrativa e destacando suas mensagens. O exemplo da JovemPan e a eleição de Bolsonaro no Brasil é um caso notável disso, onde a cobertura midiática tendeu a favorecer o candidato de direita”.

Ainda de acordo com o professor, a desinformação e propagação de notícias falsas também são alguns fatores que interferem na ascensão de tais partidos. “A disseminação de fake news pode distorcer a percepção da realidade e influenciar o voto das pessoas, especialmente em um ambiente político polarizado. A desinformação pode ser usada estrategicamente por certos partidos para manipular a opinião pública e minar a confiança nas instituições democráticas”, explicou.

Por fim, Luis ainda explicou que a insatisfação da sociedade com partidos de esquerda e do centro também ajudam partidos de extrema direita a chegarem ao poder. “Quando os eleitores sentem que os partidos tradicionais não estão resolvendo seus problemas ou representando seus interesses, eles podem buscar alternativas mais radicais. Isso pode ser especialmente verdadeiro em momentos de crise econômica ou social, quando as pessoas estão mais propensas a buscar mudanças drásticas”, contou.

Maus exemplos do passado

A história tem muitos exemplos de atuação de partidos de extrema direita, muitos deles de forma negativa. Os exemplos mais famosos foram o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mundialmente conhecido como o “Partido Nazista”, e o Partido Nacional Fascista, que teve como seu maior representante Benito Mussolini.

Tais partidos entraram para a história da humanidade por conta de atos brutais contra os direitos humanos na metade do século passado. Entretanto, mesmo com diversos relatos de políticos, que se autodenominavam de direita, sendo contra imigrantes, tendo discursos nacionalistas e várias outras falas que ferem alguns direitos básicos dos seres humanos, muitos países americanos e europeus optaram por acenderem alguns partidos de direita ao poder no século XXI.

A atual primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, de 46 anos, ‘ressuscitou’ o lema usado por Benito Mussolini: “Deus, Pátria e Família”. Ainda que diversas pessoas apontem o Irmãos de Itália, partido de Meloni, como sendo um exemplo de “neofascismo”, ela nega veementemente o rótulo.

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